Quando se fala em clubes, sem dúvida, Pelé e Coutinho foram a melhor dupla de ataque de todos os tempos. Ambos fizeram parte do grande time do Alvinegro Praiano na década de 1960, o maior time de todos os tempos, base para a Seleção Brasileira tricampeã mundial. Entraram para a história as famosas “tabeladas” entre os dois, nas quais iam se passando a bola até chegar à meta do adversário para marcar o gol.
“Quando eu entrava, o Pelé crescia, porque ele vinha de trás, ganhava espaço para jogar. Por outro lado, eu tinha problema com a balança. Então, era mais fácil para jogar dentro da área, paradinho ali, e deixar o Pelé solto para jogar fora da área, como ele gostava. Então, o que aconteceu é que a minha entrada na equipe favoreceu o estilo dele. Sem falsa modéstia, éramos dois jogadores inteligentes: um completava o outro”, lembrou Coutinho.
Em times compostos por grandes craques como Zito, Lima, Carlos Alberto Torres, Mengálvio, Clodoaldo, Pepe, Gilmar, Dorval, e outros, Pelé e Coutinho conquistaram, juntos, seis campeonatos paulistas (1960, 1961, 1962, 1964, 1965, 1967), cinco campeonatos brasileiros (1961, 1962, 1963, 1964, 1965), quatro Torneios Rio-São Paulo (1959, 1963, 1964, 1966), duas Libertadores (1962, 1963) e dois mundiais de clube (1962, 1963), além de diversos outros títulos internacionais.
Além disso, Coutinho era considerado titular às vésperas da Copa do Mundo de 1962, quando o Brasil foi bicampeão mundial. No entanto, uma lesão o tirou da competição, num amistoso contra o País de Gales, no Pacaembu. Vavá, campeão de 1958, entrou no seu lugar, mas, mesmo assim, Coutinho ficou entre os 22 jogadores que conquistaram aquele Mundial (apenas não entrou em campo).
“Tínhamos um raciocínio rápido. Não foi uma dupla que não funcionou em um ou dois jogos, não; deu certo nos 16 anos em que jogamos juntos, seja no Santos, seja nas oportunidades em que formamos o ataque da Seleção Brasileira. A gente se dedicava, treinava; aí, não tinha para ninguém”, lembra o jogador.
Em 457 partidas pelo Santos, Coutinho marcou 370 gols, boa parte deles ao lado do Rei. Pelé, no que lhe concerne, fez 1.116 jogos pelo Alvinegro Praiano, marcando 1.091 gols.
Coutinho morreu antes do Rei. Em 2019, aos 75 anos, após sofrer um infarto no miocárdio em decorrência de diabete, hipertensão arterial sistêmica e problemas vasculares, que já havia causado a amputação de três dedos do seu pé esquerdo em 2014. Na ocasião, Pelé o homenageou nas redes sociais:
“É uma grande perda. A tabelinha Pelé-Coutinho fez o Brasil ficar mais conhecido no mundo todo. Tenho certeza que um dia faremos tabelinha no céu. Minhas condolências à família”.
Agora, podem voltar a tabelar juntos…