Em nova pesquisa do PoderData, Lula lidera as intenções de voto para presidente da República com 40%, enquanto Bolsonaro tem 31%, mostrando, até mesmo diante dos nada confiáveis institutos da burguesia, que Lula é o principal candidato das eleições. Outras pesquisas já apontaram vantagem maior, e algumas chegaram a indicar que Lula venceria as eleições no primeiro turno.
Muitos apoiadores de Lula podem achar que as eleições estão ganhas e que estamos próximos de nos livrarmos de Bolsonaro. Porém, a situação é mais complexa e há um longo e difícil caminho até as eleições. Lula não é o candidato da burguesia. Isso fica evidente observando a imprensa golpista, que já ensaia uma forte campanha contra Lula e a constante tentativa de alavancar uma terceira via.
O ex-presidente aponta que o governo do PT será nacionalista, já deu declarações abertamente anti-imperialistas, como, por exemplo, quando disse em entrevista que o Brasil não é quintal dos EUA. Tal posicionamento o isola ainda mais de uma aliança com a direita. E aponta a necessidade de uma aliança com a população.
Para atrapalhar uma aliança de esquerda em apoio a Lula, partidos de esquerda começaram a declarar as suas candidaturas à presidente, como já fez o PCB. O PSOL tem colocado inúmeras condições para apoiar Lula — finalmente, só estão procurando alguma desculpa para não apoio o PT na presidência.
Lula só chegará a presidência e se manterá no poder apoiado na mobilização popular. Cientes disso, o Comitê Central Nacional do Partido da Causa Operária, reunido nos dias 12 e 13 de fevereiro, decidiu retomar a campanha de rua por Lula Presidente. Ou seja, o Partido decidiu que formar comitês, fazer mutirões, organizar um verdadeiro trabalho de mobilização, produzir milhões de adesivos, cartazes, jornais e outros materiais em apoio a candidatura de Lula será uma das principais atividades do PCO no próximo período.
Sem isso, a candidatura de Lula tende ao fracasso. E os golpistas continuarão assolando a vida do povo brasileiro. É preciso dos comitês não só para fazer campanha eleitoral, mas para travar uma verdadeira guerra contra o golpe.
A militância do PT e os ativistas de luta de esquerda devem combater fortemente qualquer tentativa direitista de impedir que a luta pela candidatura Lula não seja feita nos comitês. E mesmo que esses elementos burocratas consigam dificultar ou impedir a campanha, o PCO não deixará de fazer um amplo trabalho em defesa do candidato que a população quer.
É importante destacar que os comitês não serão essenciais apenas para o período de eleição. Para ser de fato um governo de trabalhadores, o governo petista precisará estar apoiado na população. Isto é, em qualquer tentativa do imperialismo e da direita contra o governo, a população precisa ser rapidamente mobilizada e os comitês são o melhor caminho para organização das mobilizações populares.
É hora de ir aos bairros, às fábricas, às escolas e universidades, aos terminais do transporte público para conversar com os trabalhadores sobre o risco de Lula não ganhar as eleições e da necessidade de uma ampla mobilização.