Diante do mau desempenho nas pesquisas eleitorais, o presidente Jair Bolsonaro(PL) começa a apelar para a demagogia e, aproveitando das dificuldades sociais da população, que passa por uma violenta crise decorrente do golpe de Estado implantado em 2016, tenta emplacar no Senado um pacote de bondades para aumentar o Auxílio Brasil e o auxílio-gás, furando assim o teto de gastos para literalmente comprar votos para derrotar Lula.
O “pacote de bondades’, assim chamado no Congresso Nacional, está formatado em um relatório do Senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), líder do governo no Senado. Bolsonaro planeja ainda um programa de auxílio aos caminhoneiros devido à crise dos combustíveis, fruto da entrega de nossas refinarias e do ataque à Petrobras.
O pacote eleitoreiro de Bolsonaro poderá aumentar o auxílio Brasil de R$400,00 para R$600,00, o auxílio-gás sairá de R$50,00 para R$120,00 e o auxílio aos caminhoneiros será de R$1.000 por mês.
Sobre esse novo pacote do presidente, uma ferramenta dentre dezenas que ele e a burguesia poderão usar para derrotar Lula, a diretora de relações institucionais da Rede Brasileira de Renda Básica, Paola Loureiro Carvalho, afirmou:
“Fico muito triste em saber que isso só é pauta para o governo como estratégia eleitoral porque os R$ 600, pra nós, são um tema desde a pandemia, tanto que lutamos por ele. Nós lutamos pelos R$ 600, pela cota para mães solo, lutamos pela permanência dos R$ 600 quando o governo baixou pra R$ 300 e lutamos pra que, em 2021, o benefício continuasse sendo esse, e não houve nenhuma inflexão por parte do governo pra repensar esses valores”.
O presidente Jair Bolsonaro está em franca campanha política para angariar votos. Para isso, abrirá o cofre nacional e derramará milhões sob a omissão da burguesia, que o ataca apenas para promover a terceira via, que, se não alavancar, dará lugar ao próprio Bolsonaro para ser o candidato do golpe. O Partido da Causa Operária (PCO), através deste Diário, diversas vezes chamou a atenção da esquerda pequeno-burguesa sobre o perigo do oba-oba do já ganhou da campanha de Lula. Esse clima prejudica e poderá pôr em risco a vitória da candidatura que pode derrotar esse golpe que violenta a sociedade brasileira.
Bolsonaro passou esses três anos cortando gastos necessários para o povo e distribuindo para os parasitas banqueiros e o mercado financeiro internacional. A burguesia, que sempre defendeu com unhas e dentes esse antidemocrático teto dos gastos, agora certamente passará de despercebida diante dessa investida de Bolsonaro para furar o teto, o qual ele furará demagogicamente, pois se por acaso vencer as eleições a carestia virá pior do que já está, pois ele também é adepto desse insano teto dos gastos.
“O teto aniquilou a política de assistência social, a saúde, a educação, tirou direitos da população brasileira e, agora, aos 45 segundos do segundo tempo, Bolsonaro se sente autorizado a ter um cheque em branco por parte do Congresso pra finalmente enxergar que vivemos uma situação de emergência, e aí passar a beneficiar as pessoas com um valor maior”, criticou Paola.
Essa PEC eleitoreira do governo federal ainda precisa ser aprovada pelas duas casas legislativas. Diante da crise social pela qual passa o povo brasileiro, não tem como a esquerda ser contra esse projeto. Que se aprove, o que vai atenuar um pouco das diversas dificuldades do povo, que porém precisa reconhecer que esse aumento é eleitoreiro, não é um projeto de estado, permanente. E a esquerda que acha que a eleição de Lula será ganha no primeiro turno precisa acordar e lutar nas ruas pela candidatura de Lula. Toda mentira e programa eleitoreiro propagados pelo governo têm que ser combatidos com a verdade e com o povo nas ruas divulgando um projeto que de fato seja feito pelo povo e para o seu benefício, um governo dos trabalhadores.