Os donos dos frigoríficos, que, ao longo dos anos, principalmente no período da pandemia do coronavírus, elevaram o preço de seus produtos muito acima da inflação do país, chegando, em determinados casos a triplicar o seu valor nesse período, sem qualquer pudor, vêm retirando os direitos dos trabalhadores, conquistados ao longo de vários anos.
Este é o caso do Frigorífico Coringa, mas temos vários outros. Em artigo recente neste Diário, foi mostrado que no terceiro trimestre a JBS obteve um lucro de R$7,6 bilhões e no acumulado dos três primeiros trimestres de 2021 soma-se R$14 bilhões. O Coringa, como não precisa divulgar ao público o seu lucro, não tem como divulgá-lo, mas sabe-se que a indústria ampliou sua fábrica. No entanto, durante todo esse período, em que os produtos derivados da carne ultrapassaram os 100% e, mesmo com a inflação manipulada durante todo esse tempo, o que equivaleria à cerca de 20%, os patrões gananciosos repassaram somente 3%. E não para por aí.
A empresa, de uma hora para outra, sem prévio aviso, cortou os convênios médico e odontológico dos operários, principalmente num momento em que a pandemia se alastrava, bem como, as inúmeras sequelas que a COVID-19 trouxe ao conjunto dos trabalhadores.
Os patrões que financiaram o golpe de Estado estão recebendo do seu governo tudo de volta: ataques aos trabalhadores, a reforma trabalhistas, a reforma da Previdência etc.
Rasgaram a CLT
Nesse sentido, os patrões dos frigoríficos estão intensificando o trabalho escravo em suas fábricas e essa é uma questão constantemente denunciada pelos operários, bem como o fato de os horários extrapolarem o limite da capacidade física do ser humano, muito acima do permitido por lei.
O adicional noturno é totalmente ignorado, ou seja, os operários trabalham como estivessem no período diurno, ou seja, em regime de 8h00.
Os patrões rasgaram toda e qualquer legislação que consta da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e que minimamente resguardava ao trabalhador algum direito.
É necessária uma intensa mobilização dos trabalhadores dos frigoríficos contra os escravagistas do século XXI.
O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Carne, Derivados e do Frio no Estado de São Paulo está percorrendo o setor com o Boletim Faca Afiada e debatendo com os operários sobre os inúmeros problemas, tendo como fim reverter toda essa sorte de coisas. Além desses problemas, nas reuniões, também, está sendo impulsionada a campanha salarial de emergência de 30%, com objetivo recompor parte das perdas oriundas da política nefasta imposta pelos patrões e levada a cabo pelo governo golpista do fascista Bolsonaro.