Salário mínimo

Para “unificar” o Brasil, é preciso um salário de mínimo real

Cotado para assumir o Ministério da Fazenda no futuro governo Lula, Wellington Dias aponta para crescimento quase nulo do salário mínimo. É preciso muito mais.

A reação ainda desorganizada de setores que apoiam o bolsonarismo mostra que, para além da oposição da burguesia mais tradicional, Lula ainda terá que lidar com a população que se deslocou para o polo oposto na crise política nacional. Para isso, nada melhor que convencer a ampla massa de trabalhadores do país a partir de reivindicações concretas, que melhorem seu nível de vida. Mas se forem apenas migalhas, a coisa não vai ser fácil.

A imprensa golpista repercutiu nesta semana declaração de uma das figuras cotadas para o Ministério da Fazenda do novo governo. Wellington Dias é ex-governador do Piauí e eleito agora para o Senado pelo PT, em entrevista à GloboNews afirmou que o aumento real do salário mínimo no primeiro ano do governo Lula deverá atingir entre 1,3% e 1,4% acima da inflação de 2022.

Depois de seguidos ataques ao salário mínimo a partir do golpe de Estado de 2016, a proposta aparece como excessivamente tímida, principalmente diante da crise que está colocada no cenário político. A regra de utilizar a média do produto interno bruto PIB dos últimos 5 anos, num quadro de recessão econômica, não leva em consideração a violenta disparada dos bens de consumo básicos. As pessoas estão comendo menos, consumindo menos em geral, e um reajuste meramente burocrático não vai mudar em nada esse cenário.

Para se ter uma ideia do baixíssimo nível da proposta, o aumento proposto pelo PT supera em apenas R$ 18,00 a proposta do próprio Bolsonaro. Depois de uma vitória apertada e comemorações catárticas, é querer demais que o povo defenda com paixão um salário mínimo de R$ 1.320,00 contra um de R$ 1.302,00. Lula não foi eleito para ser um pouquinho melhor que Bolsonaro no governo federal, foi eleito para impactar de verdade a vida dos trabalhadores.

É tão pouca diferença que até Bolsonaro, mesmo que apenas demagogicamente, sugeriu que o aumento elevasse o salário mínimo para R$ 1.400,00. O pior é que essa é justamente uma área onde Lula deveria nadar de braçada, provando por A mais B que um governo da esquerda está a serviço dos trabalhadores. Lula precisa do apoio popular para assumir o governo, para não ser derrubado e para conseguir governar de fato. Não serão os aliados de ocasião, como já não foi no passado recente, que vão garantir o futuro governo Lula.

Por um lado, é positivo que Lula comece a anunciar medidas econômicas concretas, que vão ao encontro das necessidades populares. Mas é preciso muito mais para que isso funcione como um ponto de apoio para o governo. É preciso governar para os trabalhadores que elegeram Lula mesmo após décadas de campanha de perseguição na imprensa golpista.

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