Vinícius Rodrigues

Militante do Partido da Causa Operária no Rio de Janeiro e membro da Direção Nacional da Aliança da Juventude Revolucionária (AJR).

Pelo fim da polícia!

Para de caô, policial não é trabalhador, é vagabundo!

A belíssima fala do ex presidente Lula: “Bolsonaro não gosta de gente, ele gosta de polcial” levantou mais uma vez a polêmica sobre a polícia na esquerda

No Dia Internacional da Luta dos Trabalhadores a maior liderança da classe operária brasileira, o ex presidente Lula, fez um de seus melhores comentários: “Bolsonaro não gosta de gente, ele gosta de policial”. Como de costume ele usou os termos do vocabulário comum do povo, já ouvi inúmeras vezes em manifestações de rua no Rio de Janeiro “aqui tem mais policial do que gente”, vindo da boca dos mais revolucionários aos mais moderados. A fala levanta a polêmica recente da esquerda de que o policial seria um trabalhador que merece ser defendido. Mas se nem gente é, como pode ser trabalhador?

Alguns setores da esquerda pequeno burguesa influenciados pelo clima reacionário da política atual e por seu oportunismo passaram a adotar a posição de defender a polícia como mais uma categoria de trabalhadores, os assassinos do povo seriam uma espécie de “operários da segurança”. O maior expoente desse absurdo nos últimos tempos foi o PSOL do Rio de Janeiro e destacadamente o ex-psolista Marcelo Freixo, o maior sindicalista da PM. A campanha eleitoral de Freixo consiste em defender mas a polícia que o próprio governador fascista Cláudio Castro, responsável pelas chacinas do Jacarezinho e do Salgueiro.

A tese seria: visto que tem uma origem pobre e muitas vezes não tem altos salários os policiais também seriam trabalhadores. Neste momento é preciso utilizar a luta de classes para se compreender porque esse argumento é uma farsa. Qual é a função da polícia na sociedade capitalista? A instituição tem como seu principal objetivo a repressão da classe trabalhadora, são a tropa de choque da burguesia para garantir a sua dominação da sociedade. Isto é, a polícia é o exército da burguesia contra a classe operária. Quem fala que o exército do seu inimigo, que te massacra todos os dias, é seu aliado está perdido, é louco ou mal intencionado.

A confusão provem de que o exército de fato, as forças armadas, não são iguais a polícia, apesar de na Amércia Latina a semelhança parecer grande devido as ditaduras militares. A função das forças armadas não é a de reprimir os trabalhadores, dentre de suas bases sempre há uma disputa política grande. Na Revolução Russa por exemplo após 3 dias de seu início toda a polícia havia desaparecido, já o exército era uma das principais forças nos sovietes. Durante as revoluções sempre se forma um exército revolucionário mas não existe a “polícia revolucionária” o que existe são as milícias operárias que não tem nada em comum com as atuais milícias da burguesia, sejam as institucionais ou as ilícitas.

A defesa da polícia em manifestações de esquerda pelas direções pequeno burguesas sempre gera um repúdio nas bases. Por isso no Rio de Janeiro surgiu um grito em resposta aos prantos em defesa dos carrascos do povo: “Para de caô, policial não é trabalhador / é vagabundo!” Para os que não compreendem o carioquês, caô significa mentira ou enganação. O grito é sempre recebido pelos policiais que escoltam o ato, na iminência de reprimi-lo violentamente, com o mais puro ódio pois desmascara totalmente os assassinos fascistas.

Eles, que atacam os trabalhadores todos os dias nos chamando de vagabundos, são os verdadeiros vagabundos. Não produzem nada para a sociedade, não reduzem em nada a criminalidade, não melhoram nenhuma questão social e muitas vezes nem trabalham. A guarda municipal do Rio de Janeiro por exemplo, que tem como função agredir e extorquir os moradores de rua e camelôs, tem uma escala de trabalho de 12h por 60h, menos de 30h por semana, um direito que os trabalhadores de verdade deveriam ter e não os seus algozes, que nem deveriam existir.

Para acabar de uma vez por todas com o argumento de que policial também é trabalhador basta compará-lo com o seu equivalente na época da escravidão: “O capitão do mato também é escravo”. Assim se escancara o absurdo, primeiro porque capitão do mato é um dos maiores inimigos dos escravos e segundo porque o capitão do mato realmente não era um escravo, era um funcionário dos senhores de engenho. O companheiro André Constatine do movimento das favelas resumiu bem qual a relação dos trabalhadores com a polícia em uma entrevista concedida ao DCO no dia seguinte à chacina do Jacarezinho. “Quem se sente seguro com a presença da polícia militar? Se você se sente seguro você não faz parte da classe operária”

A esquerda não deveria em hipótese alguma defender a polícia, seja ela civil, militar ou federal, são um de nossos maiores inimigos, são fascistas assassinos, matam dezenas todos os dias, só crianças foram mais de 2000 em 2 anos. A política da esquerda em relação a polícia tem que ser só uma: Dissolução total da polícia e de todo o aparato de repressão. Os trabalhadores devem organizar a sua própria segurança pois a segurança da burguesia é justamente a repressão dos trabalhadores.

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