Pelé foi considerado, com justiça, o Atleta do Século. Seu nome serve de parâmetro para se decidir quem joga bem e quem não joga. Faz algum tempo, e compararam Maradona com Pelé para se saber quem teria sido o melhor. Como a história não foi para a frente, tentam agora com Messi, outro jogador argentino. Outros virão para substituir Messi, mas uma coisa não muda: Pelé.
Pelé não era um simples jogador de futebol. Foi o gênio absoluto desse esporte que pode ser definido como antes de Pelé e depois de Pelé. Isso deve ser dito porque antes do Rei havia uma grande quantidade de craques em atuação. Mesmo a sua geração foi coalhada de jogadores magistrais. No entanto, foi na sua figura que tudo se sintetizou. Foi como se cada jogador pegasse o que tivesse de melhor e depositasse na sua pessoa. O resultado disso é que o futebol virou arte. Futebol-arte, assim com hífen, um substantivo composto.
Os números não mentem
Como se não bastasse ser o melhor jogador, Pelé tinha números que o colocavam na elite do atletismo. Com aproximadamente 1,72 m de altura, era capaz de correr os 100 metros em 11 segundos, sua impulsão o tirava do chão 1,22 m, era capaz de saltar 6,5 m de distância e no salto em altura conseguia superar uma barra ajustada em 1,80 m. Isso, como disse Tostão, que foi seu companheiro de Seleção, sem treinar muito, pois jogava três vezes por semana pelo Santos, além das viagens para jogar pelo mundo. De ter vindo de uma família pobre sem acesso à boa alimentação ou à tecnologia esportiva.
Se tivesse treinado para o decatlo, Pelé estaria seguramente entre os melhores. Esses índices todos citados acima, dariam a ele a possibilidade de jogar basquete ou mesmo voleibol. Não foi à toa que foi considerado não o melhor jogador.
Pepe o chamava de Júlio
Pepe, que jogou com o Rei no Santos e formava o trio ‘Pepe-Coutinho-Pelé’, costuma chamá-lo de Júlio.
Em uma entrevista, Pepe revelou que nos treinos de dois toques, quando tinha a recreação, Pelé costumava jogar de goleiro e simplesmente fechava o gol, pegava bola de tudo quanto é jeito. Havia no time do Noroeste um goleiro chamado Julião, nome que o Pepe começou a chamar Pelé carinhosamente, com o tempo, ‘para abreviar’, passou a chamá-lo de Júlio.
Comparativos
Hoje, é comum comparar Pelé com Cristiano Ronaldo devido sua impulsão. A questão, é que o português tem 1,87 m, bem mais alto. E o que dizer da velocidade, da capacidade de drible? Nem dá para comparar. Uma outra questão, é que os uniformes antigos eram feitos de algodão, bem mais pesados. As chuteiras eram desconfortáveis. Hoje em dia, as chuteiras têm tecnologia para separar os dedos e aumentar a tração, além de não ficarem pesadas e deformadas quando molhadas.
Pelé também não teve acesso a treinamentos específico, fisiologistas, nutricionistas, suplementação alimentar, medicina esportiva regenerativa, toda a sorte de avanços que estão à disposição dos atletas atualmente. Os gramados de hoje também não se comparam com os de tempos atrás. Tudo isso serve para mostrar um pouco da real capacidade desse gênio.
Maradona, apenas para ficarmos em um exemplo, participou de 4 Copas, assim como o nosso jogador. No entanto, o argentino participou de 21 jogos e marcou 8 gols; enquanto o brasileiro atuou em 14 jogos e marcou 12. Maradona ganhou uma Copa do Mundo e Pelé conquistou três.
Os números comprovam que Pelé é insuperável. Além de reunir todos esses atributos, o de poder se destacar em várias modalidades. Conseguiu transformar força física, pensamento rápido, inteligência física, visão periférica, em arte. Estava tudo tão bem misturado que o futebol ficou bonito virou arte e o esporte mais visto em todo o mundo, um esporte que é paixão para milhões de pessoas em todos os continentes.