No ano de 2021, o estado do Rio Grande do Sul registrou 97 mortes de mulheres, no ano anterior foram 80 assassinados. Pelo levantamento feito pelo projeto Lupa Feminista contra o assassinato de mulheres, foram registrados 99 casos, dois destes de mulheres trans.
A maioria das mulheres são vítimas de seus próprios companheiros como são relatados muitos casos nos registros policiais:
“a maioria dos crimes que acontecem nas casas das vítimas, 58% são motivados pela inconformidade com o fim dos relacionamentos e por sentimentos de posse e de ciúmes. Em 86% dos casos, as mulheres não contavam com Medidas Protetivas de Urgência (MPU). A maior parte são mulheres jovens de 18 a 38 anos, 63% brancas e 22% negras. Já os réus, 79% são brancos e 16% negros. As armas utilizadas nesse tipo de crime são as brancas (53%), de fogo (19%) ou as próprias mãos (17%)”.
O Estado burguês não faz absolutamente nada para mudar essa estatística, pois algumas casas abrigos que foram criadas para acolher as mulheres com seus filhos estão sendo fechadas.
Mais que um sentimento de posse, o que está por trás dessa violência é a mulher estar oprimida pelas questões do lar e não ter nenhuma independência econômica em relação ao homem. Em vez de olhar essas questões citadas do parágrafo acima, a esquerda (e não é de ficar espantado que a direita apoie essas medidas) se concentra em apenas utilizar a estrutura repressiva do estado.
A política repressiva do estado direcionada a este problema é uma demagogia, só serve para fingir que estão fazendo algo para proteger as mulheres, quando na realidade se trata de um aparato repressivo. Somente as mulheres, independentes da polícia e da burguesia, podem se defender, formando comitês de autodefesa e armando o povo oprimido.
As leis da burguesia não protegem de fato a mulher, são medidas demagógicas que mais oprimem os trabalhadores do que qualquer outra coisa. Afinal, o problema é mais embaixo, diz respeito à emancipação econômica das mulheres, algo que só pode ser plenamente atingido por meio da revolução. Enquanto isso, as mulheres precisam se armar e se organizar em comitês de autodefesa, é a única forma de se protegerem da burguesia