Um conjunto de organizações sociais publicaram um manifesto, nesta sexta-feira (16), direcionado às principais plataformas de veiculação de comunicação e informação na internet, como o YouTube, Facebook, Twitter, Instagram, Telegram, WhatsApp, TikTok, dentre outras, com recomendações sobre a veiculação de conteúdo nas mesmas durante o processo eleitoral. Trata-se, porém, de recomendações para que se aumente a censura desses monopólios sobre o conteúdo veiculado nas plataformas pelos usuários. Um manifesto em favor da censura à opinião e à informação por parte dos grandes monopólios contra os usuários das redes sociais.
Segundo o próprio documento, as plataformas já possuem normas para proibir (censurar, diríamos nós) conteúdos que sejam classificados como incitação explícita à violência, ataques a instituições democráticas ou ao processo eleitoral; no entanto, para as ONGs e organizações sociais é ainda pouco, querem mesmo a censura de conteúdos menos explícitos veiculados nas redes sociais. Segundo o próprio texto:
“De modo geral, as plataformas possuem políticas de combate à desinformação contra a integridade do processo eleitoral, mas a desinformação contra candidatos seguem com poucas restrições”.
De acordo com o documento, as plataformas já possuem mecanismos de combate ao que chamam “desinformação”, isto é, de censura ao conteúdo que eles consideram que não deve ser veiculado. Toda opinião ou informação questione a eleição ou a urna eletrônica, bem como que questione instituições do regime dito democrático já são classificadas como desinformação pela maioria das plataformas, trata-se agora que criar uma clima para perseguir mesmo a opinião ou informação, que mesmo não explicita, possa ser interpretada como ataque à instituição democrática, a urna ou processo eleitoral ou que remetam a qualquer tipo de contestação do resultado eleitoral. Também a manifestação da opinião sobre um determinado candidato pode levar à censura.
Das plataformas, o Telegram é o que foi mais mal avaliado, uma vez que não possui instrumentos de proibição de “desinformação”, isto é, instrumento de censura contra a opinião ou informação manifestada pelos usuários.
Em suma, o manifesto é um libelo pela censura, para dotar os monopólios de mais poder para interpretar e poder classificar a informação e opinião como desinformação e censurá-la. Querem fazer calar a população, fazendo nos descer goela a baixo, que a eleição e os instrumentos eleitorais, eleição que ainda nem aconteceu, são um ídolo sagrado, que não pode ser questionado e sim adorado. Assim como devem ser adoradas as maravilhosas instituições democráticas brasileiras, que não têm nada de democráticas. A chamada democracia burguesa no Brasil tornou-se uma religião em que o cidadão, ao invés de questionar o Estado o adora. Os críticos são infiéis, hereges e devem ser calados.
Além do caráter ditatorial do manifesto, que pretende dar mais poder aos monopólios, muitos deles imperialistas, que controlam a veiculação da informação na internet para censurar a livre manifestação da opinião e a livre veiculação da informação, chama atenção os proponentes deste manifesto. Assinam 116 organizações, dentre elas: Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Coalizão Direitos na Rede, Coalizão Negra por Direitos, Conectas Direitos Humanos, Abraji, InterLab, Pacto pela Democracia, Observatório Político e Eleitoral, Intervozes e Oxfam.
Em primeiro lugar, estas organizações não têm representatividade popular alguma; não estão autorizadas a falar em nome dos milhões de usuários das redes sociais no País, é uma usurpação completa que estas organizações, apoiadas pela imprensa capitalista, única autorizada a mentir descaradamente, tentem calar o povo brasileiro. A reiterada tentativa de calar completamente o povo brasileiro, vista de todos os lados, leva à questão: o que os poderosos estão preparando? Por que temem tanto a opinião livre a informação que não é a dos grande monopólio da imprensa capitalista?
Em segundo lugar, devemos destacar que essas organizações são completamente artificiais e financiadas por grandes capitalistas internacionais e nacionais, estão subordinadas aos interesses desses grandes capitalistas e não da população ou da democracia em abstrato.
Boa parte, ademais, dessas organizações receberam ou recebem verbas da Fundação Ford ou outras organizações imperialistas, a vinculação direta ou indireta com o imperialismo, leva-nos a crer firmemente que a pretensa defesa de minorias ou causas sociais alardeadas por estas organizações que assinam o manifesto, não é muito mais que mera aparência para esconder sua verdadeira função: defender interesses escusos de setores internacionais e nacionais poderosos no País.
Com o espantalho da luta contra o fascismo e o golpismo, o imperialismo e seus prepostos no Brasil passam por cima dos direitos democráticos do povo brasileiro, e é assim mesmo que o caminho que leva o fascismo de verdade é pavimentado. Os mesmo que querem cassar os direitos democráticos supostamente em nome da luta contra o fascismo, são os mesmo que estarão ao seu lado e esse voltar ao poder.