Para quem já tratou ou trata com o Poder Judiciário, não é difícil notar que esse poder serve, e bem, para se instaurar alguma sorte de perseguição política contra um desafeto. Basta a vontade e um juiz disposto. Não eleitos, integrantes do judiciário são mais maleáveis, digamos assim, ao contrário do que se possa pensar, que os demais integrantes dos poderes constituídos.
Com Lula, em 2018, ficou claro esse problema. Tão claro que Sérgio Moro, o paladino da justiça naquela época, verdadeiro Super Sam, instrumento do imperialismo para o golpe, hoje é visto com Jair Bolsonaro dentro de estúdios de televisão, como aconteceu no debate realizado entre os presidenciáveis no domingo, 16 de outubro de 2022.
Sérgio Moro, então juiz federal, condenou Lula a nove anos e seis meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro na ação penal envolvendo um tríplex no Guarujá. Depois a pena aumentou. Lula passou mais de 500 dias preso, sendo inocente.
Tudo certo.
Mas e o Neymar? Ah, o Neymar.
Agora, em sua melhor fase, na opinião deste redator (responsável legal por tudo que aqui está escrito, diga-se de passagem), sentou ele próprio no banco dos réus por alguma prática ilícita cometida durante sua transferência do Brasil (Santos) para o Barcelona (Espanha). A acusação, como lhe cabe, pede reembolso milionário e prisão do melhor atacante da atualidade às vésperas da Copa do Mundo de 2022. Impossível não comparar os casos.
Interessante notar que os maiores assaltantes e sonegadores do mundo, os imperialistas, sacam das mangas as cartas nas horas certas. Essa, sem sombra de dúvida, é para tirar Neymar da Copa. E isso é fácil de entender.
Primeiro que os europeus, seus magnatas do futebol, não gostam nem um pouco de que o melhor futebol seja o praticado por brasileiros, desde quando se entende o futebol como tal. Basta ver a premiação farsesca do “Bola de Ouro”, que elege o melhor jogador do mundo, onde Vinícius Júnior ficou em 8º e Neymar nem aparece na lista, e o premiado foi o “francês” Karim Benzema. Vai entender.
Segundo, e não menos importante, é que para vencer um adversário mais poderoso, o melhor jeito é tirar ele do jogo. Jair Bolsonaro que o diga. O que mais explicaria a prisão de Lula em 2018? Os golpistas viram que essa era a única possibilidade de vencer a eleição contra o ex-presidente. O que nos leva a pensar que nesta eleição tem algo mais em jogo que não sabemos, eis que Lula ainda consta no páreo, mas é assunto para outra coluna.
Neste esquema, todos sabem que a tática de todos os times adversários do Brasil de Pelé era anular o jogador, fisicamente, quebrar o Rei, melhor de todos os tempos (e para sempre, amém). E quase conseguiram. Neymar, em 2014, foi quebrado ao meio com uma entrada criminosa de um jogador colombiano.
Por outro lado, só a existência de um processo já serve para desestabilizar uma pessoa. A tentativa de desestabilizar Neymar é constante, e a imprensa brasileira (sucursal da gringa) cumpre um papel fundamental. Em vários momentos, o recurso judicial cumpre a função de desestabilizar o oponente, mesmo que ao final nada seja provado contra o acusado. E Neymar já passou por isso algumas vezes, com uma das acusações mais desestabilizadoras que existe, que é a de cunho sexual. Nada sendo provado, porém.
Apesar da campanha em defesa do futebol europeu, feita pela direita e pela esquerda, todos sabem que a seleção brasileira é a melhor e mais cotada para ganhar a copa. Inclusive melhor que os esquadrões canarinhos de 2014 e 2018. Agora resta lutar, como sempre, contra os fatores extra-campo, judiciário, imprensa, o VAR… mas enfim, venceremos, apesar e contra tudo.