Universidade Marxista

O Sete de Setembro é um símbolo do Brasil

Na 12ª aula do Módulo 2 do curso "Brasil: uma interpretação marxista de 500 anos de história", o companheiro Rui fala sobre a importância do Sete de Setembro

Nesta última quarta-feira (7), o companheiro Rui Costa Pimenta ministrou a 12ª aula do Módulo 2 do curso “Brasil: uma interpretação marxista de 500 anos de história”. O tema da aula foi o Sete de Setembro. A aula procurou mostrar, através da narração dos fatos, a verdadeira natureza deste acontecimento, que se tornou um símbolo da fundação da nação brasileira.

O companheiro Rui narra que Dom Pedro I, logo após o Dia do Fico (nove de janeiro de 1822), havia feito as tropas portuguesas que ocupavam o Brasil em favor do governo de Portugal embarcarem de volta para Lisboa. 

Em março deste mesmo ano, retornam frotas com outras tropas de Portugal. Elas foram recebidas pela Esquadra brasileira, sob o comando de Dom Pedro, com os canhões acesos. O Príncipe Regente diz que eles devem ir embora, mas que aqueles que queiram ficar e se integrar ao Brasil podem desembarcar e ficar aqui, mostrando a grande habilidade política que ele possuía na época.

Alguns dias depois, Pedro parte para Vila Rica (hoje, a cidade de Ouro Preto), em Minas Gerais, para conter uma revolta que ocorria na cidade. Com a ajuda de apenas 6 pessoas, que cavalgaram com ele para Minas, ele dissolve o governo local e ordena que elejam outro, que esteja de acordo com a política nacional, centralizada no Rio de Janeiro.

Posteriormente, Dom Pedro dá uma série de sinais de que o país estava caminhando para sua Independência. Ele emite uma ordem para que nenhum governo cumpra ordens de Lisboa sem a sua autorização, ele também chama uma Constituinte, decreta que as forças portuguesas que desembarcarem no país com a intenção de submetê-lo seriam consideradas inimigas, declara às nações que o Brasil estava lutando por sua independência e outras medidas semelhantes.

Àquela altura já estava claro que o Brasil era praticamente um país independente. Em agosto, Dom Pedro deixa Dona Leopoldina como regente no Rio de Janeiro e parte para São Paulo, para conter uma disputa política envolvendo seu aliado. José Bonifácio. Em Taubaté, montam uma guarda de honra que irá acompanhá-lo nas terras paulistas.

Na Capital, com a mesma habilidade política que ele teve em Minas Gerais na revolta de Vila Rica, ele dissolve o Governo revoltoso e ordena que se reeleja outro. Posteriormente, ele desce a Serra do Mar em direção a Santos. No dia 7 de setembro, voltando de Santos, ele dá o famoso Grito do Ipiranga. O evento aconteceu em uma parada de sua viagem, à beira do córrego do Ipiranga, em que ele recebeu diversas cartas do Correio-Real, entre elas uma carta pessoal da Imperatriz Leopoldina, de José Bonifácio e duas de Lisboa – uma de seu pai Dom João VI e outra com instrução das Cortes, ordenando que ele regressasse imediatamente para Portugal e que prendesse José Bonifácio.

Companheiro Rui e Henrique Áreas, durante transmissão da aula

Evidentemente, um gesto como esse era perfeito para se tornar um símbolo do Brasil. No entanto, neste ano em que se completou o bicentenário do acontecimento, a cena vem sendo deformada pelos historiadores “oficiais”, ligados à alta burguesia, e acompanhados por uma esquerda que não sabe se diferenciar desses setores.

É preciso comentar que foi uma comemoração absurda, da parte do governo. O governo Bolsonaro não fez algo adequado, realizou atos com caráter eleitoral e pediu para trazer o coração de Dom Pedro para o Brasil, o que tinha um simbolismo, mas não é algo nem próximo do caráter de uma data como os 200 anos da Independência do Brasil.

A campanha lançada pelos historiadores, encabeçada por figuras como Lilia Schwarcz, a dona da editora Companhia das Letras, que possui conexões com o PSDB e a alta burguesia, é de que o Sete de Setembro nem teria existido. De que ele teria sido uma invenção do pintor Pedro Américo para a criação de seu famoso quadro.

Outras campanhas semelhantes procuram atacar e destruir o simbolismo do Sete de Setembro. Trata-se de uma política encomendada diretamente pelo imperialismo e por figuras como George Soros, que pretendem acabar com quaisquer resquícios de nacionalismo de países atrasados para que possam rapiná-los totalmente.

A discussão, particularmente sobre essa polêmica, se estende na 12ª aula do curso. Para acompanhá-la, é muito simples, basta entrar na plataforma unimarxista.org.br. Caso o camarada ainda não esteja inscrito, pode entrar em contato com qualquer militante do PCO e realizar a sua inscrição. Ainda haverá outra aula na próxima quinta-feira (8). Mas na sexta, não haverá devido ao jogo do Brasil. Estão todos convidados a acompanhá-la ao vivo pela plataforma.

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