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O que já se sabe sobre a fraude nas eleições de 2022

Sem enfrentamento com a direita não vai haver vitória da esquerda e dos trabalhadores. Mais do que nunca é preciso mobilizar por Lula presidente, por um governo dos trabalhadores

O ano se inicia com a direita envolta em uma enorme crise, colocada na “enfermaria” no que diz respeito à sua procura de uma saída para a crise do regime golpista amplamente repudiado pela imensa maioria da população, por conta dos violentos retrocesso que impulsionou nas condições de vida do povo trabalhador. Isto se expressa, entre outros na clara opção (expressa parcialmente nas pesquisas) da maioria do povo e, principalmente, do setores organizados dos explorados, pela única candidatura capaz de derrotar Bolsonaro e toda a esquerda: a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Muitos setores da esquerda se iludem com esse quadro, procurando apresentar a situação como “resolvida”, como se o imperialismo e a burguesia nacional que promoveram o golpe de Estado de 2016, em primeiro lugar para afastar o PT e – principalmente – Lula do governo (sem ser preso ele teria sido eleito em 2018), estivesse dispostas a se contentar com uma possível vitória da esquerda, que colocasse – em alguma medida – em perigo – os violentos retrocessos que impuseram à economia nacional e às condições de vida da imensa maioria do povo brasileiro, em favor dos tubarões capitalistas, dos monopólios internacionais e “nacionais”.

Longe de estarmos diante de uma situação em vias de solução, de pacificação, a polarização política não para de crescer no País e em todo o mundo,  e – nestas condições – estamos mais do que nunca a caminho de um ano “de guerra”, diante do qual não se deve ficar eufórico, mas acima de tudo, examinar a realidade e analisar o jogo que ainda está para ser jogado, da guerra que ainda está para ser travada, diante do papel fundamental do Brasil no cenário internacional e dos planos da direita golpista que não passam, de modo algum pela aceitação de um novo governo do PT, em condições de crise muito superiores às do primeiro governo de Lula, erguido sobre a base de um amplo acordo com setores fundamentais da burguesia nacional, que se uniram com o imperialismo, justamente para derrubar a esquerda e o ex-presidente.

Quem vai controlar as eleições?

Parte significativa da  esquerda, principalmente seus setores mais reacionários, defensores da frente ampla com a direita golpista, procuram repetir a direita tradicional, sua imprensa golpista, o judiciário e outros setores fundamentais do regime golpista, disseminando uma crença cega na suposta lisura do processo eleitoral controlado pela burguesia.

Enquanto isso, em meio a uma guerra, a direita procura colocar suas peças no tabuleiro. Junto com a arbitrária e antidemocrática legislação eleitoral, que garante enormes privilégios para as máquinas políticas da burguesia e um processo eleitoral amplamente controlado pelos aparatos da burguesia (como a imprensa golpista etc.) com larga experiência em manipular e fraudar as eleições, vai buscando intensificar seu controle. Dentre outras medidas das últimas semanas, destacam-se a indicação do ex-ministro da Defesa do governo Bolsonaro, general golpista Fernando Azevedo, para o principal cargo de direção administrativa do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e a contratação (sem concorrentes) da empresa Positivo, ligada ao senador do Podemos (ex-PSDB), Oriovisto Guimarães, para fornecer por quase R$1,2 bilhão, as urnas eletrônicas que serão usadas nas eleições de 2022.

Todo esse processo “democrático” estará sob o controle do imperial Supremo Tribunal Federal (STF) que avalizou o golpe de 2016 foi alçado, em meio ao desespero dessa esquerda, à condição de “guardião da democracia”, inclusive seus ministros que compõem o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Que a direita chegou a algum acordo em torno das eleições, fica evidente no fato de que, agora, nem mesmo Bolsonaro questiona mais a “lisura” das urnas eletrônicas, quanto tempo mais a esquerda defensora da lisura das “santas urnas” controladas por empresas e políticos ligados ao PSDB e outras máfias políticas que há décadas controla o regime politico.

A “terceira via” morreu?

Embora tenha ficado por demais evidente que a política da direita de erguer uma frente com apoio da esquerda a um candidato da direita, disfarçado de progressista, por hora fracassou, como ficou evidente na crise das prévias do PSDB (onde João Doria foi indicado com o voto de cerca de 1,5% dos filiados ao partido), na falta de apoio do candidato que não consegue superar os 2% na maioria das pesquisas e no fracasso (por hora) de candidaturas que tentaram se firmar como “alternativas” da burguesia, como Ciro Gomes e Sérgio Moro. Isso, no entanto, registra a situação em um momento em que a campanha eleitoral ainda não começou, quando as articulações se dão nos bastidores, quando a burguesia pode gestar novas “opções” ou até mesmo se unificar em torno de Bolsonaro, como fez em 2018, contra a esquerda e contra o povo brasileiro.

A direita atua por fora e, busca intervir por dentro da própria candidatura Lula, para controlá-la e sabotá-la, como se vê com a enorme campanha da imprensa golpista e, mais uma vez, dos setores direitistas da esquerda, para fazer do ex-presidente do PSDB e ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, o novo “Michel Temer” na campanha de Lula. E nas enormes chantagens dos “aliados” direitistas do PT, como o PSB, para impor um série de restrições à própria campanha eleitoral do PT (e, portanto da candidatura de Lula), em favor de candidatos golpistas e até mesmo de ex-bolsononaristas.

O papel do PSOL, um exemplo de política reacionária

O ano findou com a direita comemorando repercussão da proposta do PSOL de lançar uma candidatura própria à presidência da República nas eleições de novembro próximo. 

A política de não declarar apoio à candidatura de Lula – única capaz de derrotar a direita – aprovada no Congresso do PSOL, e também do PCdoB, no ano passado, evidencia que a política dos partidos da frente ampla, não é apoiar Lula, mas simplesmente usar obstáculos que impeçam a vitória de Lula.

Agora, usam como pretexto a possível indicação de Alckmin, aliado do PSOL na frente ampla, para fomentar a pré-candidatura do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), e as negociações em torno de um possível apoio do PDT à candidatura de Guilherme Boulos, em São Paulo, peça fundamental na operação que visa derrotar Lula e o PT.

A colocação de Glauber Braga e sua disposição em sair candidato evidenciam que a posição da direção do PSOL é de seguir na política de ser o braço golpista na esquerda, assim como já o vem fazendo desde 2014, com a política imperialista e financiada do “Não vai ter Copa!”.  A campanha contra “os ajustes” do governo Dilma, a defesa da Lava Jato e até do “Fora Dilma” (realizada pelo PSTU, que teve uma fração de 50% – Resistência/MAIS – incorporada ao PSOL)

Segundo a mesma orientação, outras partidos que atuam como sublegendas do PSOL, como a UP e o PCB já tomaram a iniciativa de lançar candidatura própria nas eleições e já descartaram o apoio a Lula no primeiro turno. 

Sem enfrentamento, não pode haver vitória

A situação vai ficando cada vez mais clara, no sentido de que acreditar de que a situação está resolvida em favor da esquerda, não é mais do que mera ilusão, sem qualquer fundamento na realidade.

Contra esta perspectiva, a esquerda classista, os setores que querem lutar efetivamente pela vitória de Lula, pela derrota do golpe, de Bolsonaro e de toda a direita, mais do que nunca precisa avançar na sua organização e no sentido de impulsionar a organização e a mobilização dos trabalhadores e da juventude, por um programa e um perspectiva própria diante dos planos da burguesia.

Sem enfrentamento com a direita não vai haver vitória da esquerda e dos trabalhadores. Mais do que nunca é preciso sair às ruas e mobilizar por Lula presidente, por um governo dos trabalhadores.

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