Chegou o fim de ano que ainda juntou com os jogos da Seleção, e a mesma ladainha vem à tona: a polêmica sobre os fogos de artifício.
Para piorar, a coordenadora da festa de posse e Lula, a mulher do presidente eleito, Janja, declarou que na cerimônia não haverá as tradicionais salvas de canhões e fogos de artifício. Segundo ela, isso seria uma “demanda do setor de meio ambiente”.
Se levarmos a sério essa declaração, podemos dizer que as coisas não vão bem. Parece pouco, mas a decisão deve servir como um alerta. Se Lula acatar cada uma das manias identitárias durante seu governo ele colocará em risco sua popularidade.
Duas políticas impopulares que Lula não deveria ceder: a primeira e mais importante é a política econômica. É preciso romper totalmente com a devastação neoliberal. A segunda é o identitarismo, que é um conservadorismo travestido de moderninho, nos costumes.
O caso dos fogos é bem assim. Por trás de uma suposta preocupação com os animais, está uma política reacionária de repressão e censura contra as manifestações do povo.
É preciso deixar muito claro que não se trata de uma política progressista. Prova disso é que governo de direita têm proibido fogos nos últimos anos. Será que estão preocupados com os animaizinhos? Não! Na realidade, eles estão preocupados em arranjar pretexto para reprimir o povo. Na verdade, sejamos justos, esses direitistas tratam melhor seus animais de estimação do que o povo.
Essas proibições são o caminho do desastre para o futuro governo Lula. É preciso ter claro que a repressão, sob qualquer pretexto, é uma medida contra o povo. Lula precisa se distanciar dessa política reacionária. Aceitar que até mesmo as tradições da posse oficial sejam violadas em nome dessa política, é uma sinalização de que essa política repressiva estará presente no futuro governo. É preciso rejeitar isso.





