O governo Bolsonaro foi um desastre neoliberal em diversos sentidos, todos sabemos. Mas, a cada dia que passa, fica claro a negligência do ex-presidente com fatores determinantes; como desenvolvimento nacional, entre eles, o problema da educação. Nos últimos anos, o ensino, que desde sempre vem acumulando problemas, foi evoluindo para uma situação cada vez mais catastrófica. Hoje, conseguimos afirmar que sob o governo desastroso realizado pela extrema-direita, ampliou ainda mais a crise, consolidando o abandono escolar na vida dos jovens, um processo retrógrado que exemplifica o tamanho da crise quando a pauta a ser discutida é a educação, fica explícito com o menor índice de inscrição no ENEM: 3,4 milhões.
Chama atenção a falta de compromisso do governo com investimento em escolas, nas universidades públicas e privadas. Foram vistos inúmeros cortes de verba visando, como sempre, economizar para os capitalistas, retirando dinheiro de áreas fundamentais, prejudicando toda classe trabalhadora. O processo de evasão escolar, ou seja, a diminuição de jovens inscritos nas universidades tem aumentado de maneira significativa, gerando um quadro preocupante ao País. Bom destacar que a educação tem sofrido ataques constantes desde o golpe de Estado dado contra a presidenta Dilma (PT). Em 2014, o governo petista lançou o PNE (Plano Nacional de Educação), com um objetivo traçado para em dez anos trazer 33% dos jovens entre 18 a 24 anos ao ensino superior, plano que foi interrompido com a política dos golpistas mais tarde e conseguiu piorar ainda mais o setor nos últimos 4 anos do governo Bolsonaro. Segundo estatísticas do INEP, em 2019, 18,3% dos jovens brasileiros cursavam uma graduação, taxa que regrediu em 17,8% em 2020 e 17,7% em 2021. Os últimos dados do censo é de que foram feitas 8,9 milhões de matrículas nas universidades, sendo 77% em universidades privadas. Um detalhe importante, é que junto deste dado, aumentou também a busca por ensino à distância (EAD), ou seja, até mesmo quem conseguiu sobreviver a essa ofensiva contra educação teve uma qualidade reduzida, pois esta forma de ensino tem suas deficiências.
A situação deve piorar, tendo em conta os recentes cortes orçamentários, que afetam o número de bolsas e outros subsídios que evitavam a evasão de alunos. Somados a crise econômica que se agravou, para 2023 o governo enviou o menor orçamento nos últimos 10 anos para custeio e investimentos em universidades federais. A situação fica ilustrada, quando vemos 7,1 milhões de jovens que terminaram o ensino médio e não ingressaram em um ensino superior, obrigando-os a recorrer ao trabalho manual pesado ou aderirem a um dos problemas cruciais da década; os trabalhos informais, sem quaisquer perspectivas de melhoras. É necessário defender a volta do investimento na educação, assim como o rompimento do teto de gastos e a retirada do dinheiro destinados aos bancos para que se possa realizar tal feito.