Na capital do País, um sumário executivo de estudo foi feito pelo Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF) e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), divulgada terça-feira (13), sobre o desemprego, em comemoração aos trinta anos da Pesquisa de Emprego e Desemprego do Distrito Federal (PED-DF), revelando que os negros e mulheres tiveram mais dificuldade de conseguir emprego. O período abrangido foi entre 1992 e 2021. Analisando os dados, o sumário concluiu que os trabalhadores registrados dobraram, envelheceram e a quantidade de negros ficou maior.
No período, a taxa de desemprego subiu muito pouco, porém como o número de negros e mulheres aumentou bastante algumas anomalias, considerando a igualdade como o ideal, aconteceram. Houve piora para a população de mulheres e negros. A População Economicamente Ativa de mulheres e negros aumentou percentualmente, passando de 40% para 64%.
Para mulheres a taxa de desemprego total, em relação ao período considerado, 1992 a 2021, passou de 18% para 19,9% e para homens passou de 13,8% para 14,8%; para os negros e não-negros, respectivamente, de 18,9% para 19,7% e 13,7% para 14,8%
Nos períodos de 1997 a 2004 e 2017 a 2020, período de aplicação violenta do neoliberalismo, o número de desempregados negros foi ainda maior que 20%. Maior também foi a taxa de desemprego oculto para os negros e não-negros, 5,9% e 4,2%, respectivamente.
Em 1992 a quantidade de assalariados era de 30% da população ocupada, em 2021 passou para 22%. No setor privado, foi, nesse período, de 34% para 47,5%, os autônomos passaram de 14,9% para 16,9%; o trabalho doméstico sofreu redução de 11,7% para 5,2%, no mesmo período.
Considerando os dados e fazendo uma breve análise, verifica-se que o número de mulheres no mercado de trabalho aumentou em torno de 50%, era de se esperar que a taxa de desemprego fosse bem inferior à taxa de desemprego dos homens, e não foi. Ocorreu que há mais mulheres desempregadas do que homens, mesmo a taxa percentual sendo parecida.
O discurso demagógico da burguesia em relação à ‘representatividade’ das mulheres ser uma garantia legal, no ‘mercado’ de trabalho, durante as últimas eleições e de maneira geral nesse período verificado pela pesquisa, nota-se que ele não corresponde à realidade que elas estão encontrando. O acesso das mulheres ao ‘mercado’ é mais difícil que o dos homens. Ultimamente, com a política neoliberal na fase do capitalismo que beneficia mais o setor financeiro, em detrimento dos trabalhadores, está sendo terrível para as mulheres, que estão abarrotando os trabalhos informais. Deixaram a informalidade no lar para a informalidade nas ruas.
Se qualificaram para trabalhar, porém o acesso é dificultado pela política econômica neoliberal, adotada pela parcela mais rica da burguesia, de ataque à quantidade de empregos formais e de piora das condições de trabalho, com menos direitos. A burguesia tomou conta das instituições que controlam as leis e a justiça para dar uma rasteira na classe trabalhadora. A propaganda de que vidas negras e das mulheres, na sociedade, valem alguma coisa, só serve para as filhas de algum banqueiro ou para um negro dono de uma empresa como a Prada. O discurso é para manter uma massa de trabalhadores disponível para negociar serviços baratos quando convier para a burguesia. Direito, nenhum!
O mesmo para a população negra, que aumentou, no mercado de trabalho, em quantidade maior que os não-negros. A conclusão é, de que o ‘mercado’ de trabalho não vai valorizar negros e mulheres. O próprio nome já diz: é mercado, para negociar preço de mão-de-obra disponível ao bel-prazer da burguesia.
Acreditamos que a única maneira dos trabalhadores negros e mulheres, cuja quantidade tende a aumentar nos próximos períodos, bem como para todos os outros trabalhadores poderem ter uma vida descente usando sua força de trabalho, é uma total mudança de regime político num governo controlado somente pela classe trabalhadora.