A decadência do capitalismo, em sua fase derradeira neoliberal, está cada dia mais evidente e trazendo sérias e diversas consequências nefastas para a humanidade, sobretudo aos países mais pobres. O Brasil, cujo povo tem fama de alegre, vive uma pandemia na saúde mental de seus cidadãos, que sofrem agora com depressão e ansiedade, que são males da sociedade capitalista, essa implacável máquina de moer e explorar seres humanos.
A cidade gaúcha de Venâncio, que fica distante uma hora de Porto Alegre, nesses seis primeiros meses do ano registrou 9 óbitos por suicídio e 38 tentativas. A cidade, que tem cerca de 72 mil habitantes, tem uma das taxas mais altas de suicídio no País, que reflete o recrudescimento dos casos de ansiedade, depressão e morte. Os agricultores estão entre as categorias mais vitimadas por esse problema de saúde pública. “É tristeza o nome da doença, a pior que tem”, disse o agricultor Gerson Hein, 48 anos, morador da cidade.
No Brasil, o total de óbitos por lesões autoprovocadas nos últimos vinte anos aumentou 100%, pulando de 7 mil para 14 mil casos, segundo informações do Datasus. Esses dados superam as mortes por acidentes de trânsito e por HIV. O Brasil, segundo dados de 2017 da OMS, ocupa o topo de ansiosos no mundo e um dos três mais depressivos, perdendo para Austrália e Estados Unidos, dois países ricos, porém vítimas do próprio regime de opressão que defendem.
Esse aumento exponencial de casos no Brasil segue a tendência da América Latina. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), essa situação ocorre devido à piora nos índices de pobreza, desigualdade social, violência e ineficiência nos planos de prevenção.
“Tudo é em forma de tentar sair da vida que a gente leva”, disse Ana Paula da Silva, 39 anos, que já se automutilou, tentou tirar a vida por cinco vezes, começou a trabalhar aos 14 e já se prostituíra nas ruas de Venâncio depois que perdeu o pai, que era alcoólatra. Ela também se rendeu à bebida e às drogas e hoje frequenta o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) da cidade.
Os problemas mentais da população, sobretudo na classe operária, que não tem recursos para tratamentos mais eficientes, são vistos pelas elites com desprezo, pois elas querem a classe trabalhadora submissa a todo tipo de trabalho e exploração.
“No Sul, saúde mental é vista como besteira, como se a pessoa não quisesse trabalhar”, diz Andreia Volkmer, Coordenadora do Comitê Estadual de Promoção da Vida e Prevenção do Suicídio.
Esses são os efeitos nefastos do atual estágio do capitalismo. Existem saídas para livrar a população dessa opressão mental e física: a sociedade socialista. Enquanto a classe operária não se libertar desse sofrimento no capitalismo, muitos países pobres podem começar a diminuir essa exploração. Um dos passos fundamentais é a nacionalização de todos os seus recursos naturais privatizados pelos capitalistas.
Nessa semana, 11, o ex-presidente da Bolívia Evo Morales propôs que os países sul-americanos com reservas de lítio controlem seus próprios recursos para se tornarem “potências no mundo”.
“O Ocidente não quer que agreguemos valor aos nossos recursos naturais. Se industrializarmos o lítio nas mãos dos povos sob a administração do Estado, podemos ser potências no mundo em alguma coisa”, disse Morales em uma conferência na Argentina.
A fala de Evo Morales é bastante progressista, pois é anti-imperialista. O imperialismo vem sofrendo algumas derrotas para alguns países pobres, como Afeganistão, e recentemente a Rússia, uma potência regional atacada pelo imperialismo americano através da guerra na Ucrânia. A proposta de Morales fortalece o bloco dos países oprimidos contra esse inimigo número um da humanidade, que é o imperialismo, responsável por massacrar seres humanos com desemprego, exploração, ansiedade, depressão e morte.
É preciso que todos os países oprimidos do globo lutem pela nacionalização de todas suas riquezas, a fim de que os frutos delas fiquem com os verdadeiros donos.