Após o PIG

Nasce o PIPI (Partido da Imprensa Psolista e Identitária)

Ataques e calúnias por parte da imprensa dita progressista contra o PCO são articulados e coordenados.

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O finado jornalista Paulo Henrique Amorim cunhou o genial apelido PIG, Partido da Imprensa Golpista, para se referir aos monopólios da comunicação. Um deboche justo e didático para expor a função desempenhada por esses veículos no golpe de Estado de 2016. Agora, de dentro da imprensa progressista surgida durante os governos petistas surge uma nova criatura pró-imperialista: o PIPI, Partido da Imprensa Psolista e Identitária.

PIPI, uma filial do PIG

O acrônimo PIG faz referência a “porco”, não ao animal mas às metáforas que o associam a poder, corrupção, sujeira. Paulo Henrique Amorim mirava os poderosos da imprensa burguesa com essa comparação, uma provocação tão certeira que se estabeleceu à revelia desses monopólios. O PIPI, por sua vez, não passa de um departamento menor do PIG.

Também atuando coordenadamente, como se fora um partido político, o PIPI tem como bandeira fundamental a defesa do identitarismo e tudo o que implica a penetração dessa política na esquerda. A defesa cega e apaixonada do PSOL (mesmo que maquiada com o pretenso “apartidarismo” desses veículos, tal como o “apartidarismo” do PIG) ocorre justamente pois esse é o partido que aglutina com maior nitidez as tendências identitárias no país e não tem uma base popular como o PT para frear essa loucura.

Aqui, o acrônimo “pipi” faz referência ao amadorismo e infantilidade dos seus integrantes. Como uma criança que ainda não desfraldou, os pseudo jornalistas do PIPI não conseguem se segurar. Diante de críticas políticas concretas aos seus “intocáveis” da “nova esquerda”, simplesmente reagem fazendo birra e apelando para qualquer recurso que possa prejudicar quem faz essas críticas.

O PIPI é uma espécie de órgão menor do PIG, um setor auxiliar no combate à esquerda operária. O verniz esquerdista para atacar o PCO ─ e, por tabela, Lula e o PT ─ faz parte da estratégia e não é nenhuma novidade no Brasil. Na etapa de preparação do golpe de Estado o imperialismo mobilizou setores da esquerda para camuflar a articulação que culminou com a derrubada do governo Dilma. Foi desse caldeirão que emergiu para a política nacional o maior ídolo do PIPI, Guilherme “Não Vai Ter Copa” Boulos.

Isso é o PIPI

O Partido da Imprensa Psolista e Identitária é composto por veículos da chamada “imprensa progressista” como a Revista Fórum e o Diário do Centro do Mundo (DCM), e também por jornalistas como Mauro Lopes e William de Lucca.

Renato Rovai da Revista Fórum pode ser considerado um pilar desse “conluio progressista”, pois iniciou a campanha de difamação contra o PCO antes das graves denúncias das ligações de Boulos com o imperialismo. A fúria de Rovai foi despertada pelo repúdio da militância do PCO e do PT contra a infiltração do PSDB (favorecida por Boulos) nas manifestações da esquerda contra o governo Bolsonaro. A partir daí, o PCO virou ladrão de celulares, espancador de idosas e sabe-se lá mais o quê.

Já o surto de Kiko Nogueira, dono do DCM, teve como estopim a denúncia das estranhas relações de Boulos com figuras centrais do golpe de 2016, todas reunidas no Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa (IREE). Um ninho de ratos que abarca o chefe da Polícia Federal durante o golpe, Leandro Daiello, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional do governo golpista de Temer, Sergio Etchegoyen, e o Ministro da Defesa de Temer, Raul Jungmann, entre outros.

Esse grupo junta diversas figuras que transitaram e transitam pela imprensa golpista. São crias do próprio PIG, o que explica a naturalidade com a qual praticam o mesmo jornalismo fascista que essa imprensa utilizou tão intensamente contra o PT ao longo das últimas décadas.

Herança nazista

Trata-se de um jornalismo podre, voltado a um objetivo em comum: atacar o PT, Lula e a esquerda ligada ao movimento operário. Voltada a dar e garantiu a manutenção do golpe de Estado.

Sua inspiração é o jornalismo promovido nos anos 1930 pelo ministro da Propaganda da Alemanha Nazista, o braço direito de Adolf Hitler: Joseph Goebbels.

Goebbels era o chefe da propaganda e da imprensa nazistas. Sob o seu controle, os jornais alemães, as revistas e a rádio veiculavam diariamente uma forte propaganda anticomunista e antissemita. “Pegavam para Cristo” os judeus e comunistas, tachando-os de ladrões, bandidos, vândalos, terroristas, estupradores, bárbaros etc. Eram apenas “notícias” negativas (em sua maioria, mentirosas) e nenhuma notícia positiva sobre eles. Não havia espaço para o contraditório, para “os dois lados”, como se fala no jornalismo.

Essa campanha serviu para preparar a opinião pública para o que viria a seguir: a prisão dos adversários políticos dos nazistas nos campos de concentração e, mais para a frente, a temida “solução final” ─ o extermínio de milhões de judeus e comunistas.

Contra argumentos, calúnias

Para tentar silenciar o PCO, o partido mais ativo da esquerda e único fora do PT que apoia a candidatura Lula, essas figuras se reuniram numa espécie de “gabinete do ódio” no estilo bolsonarista. Ao invés de tentar demonstrar por que nossas teses e prática política estariam equivocadas, procuram interditar o debate com ataques policialescos e “falhas” de interpretação.

Para tentar “queimar” o PCO, o DCM recentemente usou a denúncia contra a censura dos monopólios das redes sociais contra Olavo de Carvalho para pura e simplesmente sugerir que o partido tivesse afinidades com o ideólogo bolsonarista.

Cynara Menezes, por sua vez, se mordeu com a leitura de que um governo Alckmin é pior do que o próprio governo Bolsonaro. O que serviu para transformar o PCO num partido “bolsonarista”. Ao invés de contra-argumentar ou apresentar algum fato que mostrasse que Alckmin não governou como um verdadeiro fascista em São Paulo e que teve o apoio integral da burguesia, a “socialista morena” usou seu arsenal de calúnias para tentar desqualificar o PCO.

Os cães ladram, mas a caravana não para

O que os articulistas do PIPI não parecem entender é que fugir do debate pode até ter algum êxito imediato, porém a política correta se impõe. Foi assim quando o PCO iniciou a denúncia contra o golpe muito antes de sua deflagração, quando alertamos contra o uso abusivo da Lei de Segurança Nacional, a ascensão da extrema-direita mundial, a manipulação de manifestações populares mundo afora pelo imperialismo e por aí vai.

Enquanto os “progressistas” do PIPI jogam todas as fichas na defesa da “nova esquerda”, identitária e pró-imperialista, o PCO seguirá denunciando os inimigos dos trabalhadores e seus representantes da vez.

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