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Expedito Mendonça

Militante trotskista há 40 anos, fundador e atual diretor do Sindsep-DF. Formado em História pela UniCEUB, membro da comissão de redação do Jornal Causa Operária e colunista do Diário Causa Operária.

Categoria atacada

Não irão nos fazer cansar

Bolsonaro e Guedes voltam a provocar os servidores públicos afirmando que a esmola/migalha de 5% é o que é possível

Desde o final do ano passado, os servidores públicos federais tentam – sem nenhuma resposta – abrir um canal de negociação com os representantes governamentais para a discussão da reposição salarial que a categoria reivindica, como parte da luta dos mais de 12 milhões de trabalhadores do serviço público das três esferas de governo.

Sem que tenha havido, por parte do governo, qualquer sinalização para as partes sentarem à mesa, os federais iniciaram, em muitos estados, um processo de mobilização, realizando plenárias e encontros para a mobilização da categoria como forma de pressão para a conquista do que foi subtraído dos salários via corrosão inflacionária. Os federais reclamam a reposição de 19.99%, percentual que corresponde à perda salarial somente nos três anos de governo Bolsonaro (2019-2021). Não estão incluídos aí nem mesmo os percentuais referentes às perdas provocadas pelos índices inflacionários desses quatro meses (janeiro a abril) de 2022.

No dia 13 de abril, diante das paralisações de servidores ocorridas em alguns dos setores mais estratégicos e sensíveis da administração federal (Bacen, Receita Federal, INSS e outros), o governo anunciou – extraoficialmente – a concessão de um reajuste linear de 5% para todos os servidores. Fato que, de imediato, provocou a ira e a indignação do conjunto da categoria, que rejeitou de pronto a esmola/migalha oferecia por Guedes e Bolsonaro. O percentual anunciado, mas ainda não confirmado, nada representa para os servidores, que amargam mais de cinco anos de congelamento salarial em seus vencimentos.

No dia 28 de abril (quinta-feira), os servidores realizaram mais um ato de protesto em frente ao ministério da Economia para exigir ao governo a abertura de um efetivo canal de negociação com os representantes da categoria. A pressão vem surtindo efeito, pois, na sexta-feira (29), um dia após o ato, o presidente impostor Jair Bolsonaro abandonou o silêncio (mantendo, no entanto, o cinismo) e se pronunciou sobre o reajuste.

Bolsonaro não trouxe nenhuma novidade (como era de se esperar) e, em entrevista a uma rádio de Cuiabá (MT), disse que o reajuste de 5% “desagrada a todo mundo“. Sim, desagrada a todos nós servidores públicos, que exigimos a devolução do que nos foi roubado, do que nos foi surrupiado pela inflação do governo Bolsonaro. Ainda falando sobre o reajuste, disse: “Quero ajudar a todos os servidores no Brasil, sempre defendi o reajuste. Mas não tem como dar mais do que temos nesse momento [5%]; custa R$ 7 bilhões.”

Mentira. Bolsonaro e Guedes são os dois maiores inimigos dos servidores, pois encaminharam ao Congresso a PEC 32, da Reforma Administrativa, um conjunto de medidas que ataca frontalmente direitos e conquistas históricas dos trabalhadores da administração pública, além de outras medidas que, na prática, liquidam com os serviços públicos essenciais prestados à população, como saúde, educação, dentre outros.

Estudos mostram que há folga de recursos no orçamento para a concessão de um reajuste bem maior do que a miséria anunciada pelo presidente fraudulento. Até porque a arrecadação federal teve um aumento considerável em 2021, o que permitiria conceder um reajuste senão correspondente à perda acumulada (19.99%), pelo menos bem mais elevado do que os míseros 5%.

Por fim, se a estratégia do governo é que desistamos por cansaço, saibam os senhores neoliberais golpistas que a categoria está disposta a permanecer nas ruas e ir muito mais longe do que já foi até aqui na luta pela conquista da reposição salarial. Não, o governo ilegítimo do ex-capitão miliciano não irá nos cansar; não irá nos desmoralizar. Permaneceremos em estado de mobilização, realizando jornadas de luta, trazendo caravanas à Brasília e ampliando a mobilização.

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