A presidenta de Honduras, Xiomara Castro, eleita nas eleições deste ano, utilizou o seu discurso perante a Assembleia Geral das Nações Unidas para denunciar o imperialismo, os golpes de estado e o neoliberalismo promovidos por este.
“As nações pobres não aguentamos mais golpes de Estado”, disse. “Nem revoluções coloridas, geralmente organizadas para espoliar nossos vastos recursos naturais”, completou.
Xiomara ainda denunciou os Estados Unidos por terem tramado e concretizado o golpe de Estado de 2009 em seu país, que só foi derrotado finalmente com ampla mobilização popular em torno de sua candidatura. O presidente derrubado na época era Manuel Zelaya, seu marido e fundador de seu atual partido, o Libre.
“Treze anos de ditadura tolerada por uma comunidade internacional levou nosso país a multiplicar sua dívida pública em seis vezes e alcançar a taxa de 74% de pobreza, a mais alta na história de Honduras”, afirmou.
Denunciou fortemente o sistema neoliberal, com suas medidas arbitrárias de disciplina fiscal, impostas aos países atrasados para que sejam saqueados pelos bancos internacionais.
“Para que nosso país sobreviva, devemos rechaçar essa suposta austeridade que premia os que concentram a riqueza em poucas mãos e aumenta a desigualdade exponencialmente”, finalizou a líder nacionalista de esquerda.
O discurso de Castro foi um dos mais contundentes da sessão e contrasta com os discursos dos presidentes supostamente esquerdistas da América Latina ─ Gustavo Petro e Gabriel Boric ─, idolatrados pela esquerda pequeno-burguesa identitária, mas que nada falam sobre o neoliberalismo e o imperialismo.
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