Revoltados com a inflação, cerca de 140 mil pessoas se manifestaram ontem (16), em Paris, na França, contra a alta de preços que tem assustado consumidores em toda a Europa.
Há três semanas, uma greve nas refinarias da França tem desestabilizado o país. O principal representante da esquerda, Jean-Luc Melenchon, e a vencedora do Prêmio Nobel de literatura deste ano, a escritora Annie Ernaux, lideraram o ato, que apoia a organização e greve dos trabalhadores das refinarias e que se estendam os protestos.
“Vocês vão viver uma semana como nenhuma outra, fomos nós que começamos com esta marcha”, disse ele à multidão.”
Com o movimento de quatro sindicatos, Melenchon convocou greves e protestos por aumentos salariais no mesmo dia. A direita está aflita:
“Você pode ver que esse movimento está começando a se espalhar”, afirmou a líder da bancada parlamentar do A França Insubmissa, Mathilde Panot, em entrevista à rádio France Info. “Você pode ver isso no setor nuclear. Os caminhoneiros anunciaram uma paralisação na terça-feira, e muitos outros setores estão começando a se unir”.
A inflação na França ficou em 6,2% em setembro, quase o dobro do índice de janeiro deste ano, segundo a Eurostat, a agência de estatística da União Europeia. Já na média, os países do bloco registraram 10,1% em agosto deste ano.
Mais sindicatos franceses anunciaram sua adesão ao dia nacional de greves amanhã (18), que deve atingir o transporte rodoviário e ferroviário e o setor público.