Faleceu nesta sexta (4), aos 92 anos, no Rio de Janeiro, a senhora Maria Prestes, liderança social e militante comunista, a qual foi filiada ao Partido Comunista Brasileiro (PCB). Maria Prestes foi casada com o líder defensor de ideias comunistas Luiz Carlos Prestes e foi diagnosticada com Covid-19 em janeiro deste ano.
Como esposa de Luiz Carlos Prestes por cerca de 40 anos, os dois estiveram quase sempre escondidos ou exilados, em função da perseguição aos comunistas no período da Ditadura Cívico Militar no Brasil e por anos realizaram atividades de militância de forma clandestina.
Pernambucana e filha de camponeses, Maria Prestes conheceu desde cedo a realidade do campesinato nordestino e muito cedo se filiou ao Partido Comunista Brasileiro (PCB), o qual celebrará 100 anos de existência em 2022. Como militante comunista do PCB, a mesma tornou-se responsável pela segurança de Carlos Prestes, com o qual veio se a casar, pouco tempo após, de modo clandestino. O casal teve sete filhos.
Nas redes sociais, Ana Prestes, filiada ao PCdoB e neta de Maria Prestes, homenageou a avó:
“Partiu uma grande brasileira. Dona Maria Prestes, que também foi Maria do Carmo ou Altamira ou todos os nomes que precisasse usar para seguir lutando por liberdade, democracia e justiça social. Uma comunista orgulhosa de sua luta e a mais maravilhosa avó que alguém poderia ter”.
Nascida como Altamira Rodrigues Sobral, a militante mudou o próprio nome para Maria do Carmo Ribeiro para se proteger e despistar os perseguidores da Ditadura Militar.
Maria Prestes também narrou a sua trajetória junto à Carlos Prestes em seu livro autobiográfico “Meu Companheiro Luiz Carlos Prestes”, lançado em 2012. A militante também escreveu o livro “O Sabor Clandestino de Maria Prestes”, livro de crônicas no qual relata o período em que esteve refugiada em Moscou, durante a década de 1970.