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Só agora vira notícia?

Ministério da Saúde fraudou entrega de remédios a 10 mil índios

Descaso com a população indígena piorou com Bolsonaro

Foi divulgado mais uma vez, via imprensa golpista, no dia 30 de novembro de 2022, o desvio de recursos públicos destinado à aquisição de medicamentos para os indígenas de etnia Ianomami que vivem na região da floresta amazônica que engloba os estados de Roraima e de Amazonas. Segundo o Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF), cerca de 10 mil crianças não receberam medicamentos, como vermífugos, o que resultou em “aumento de infecções e manifestações de formas graves da doença, com crianças expelindo vermes pela boca”, segundo a descrição da Folha de S. Paulo.

O rombo ao cofre público envolve o órgão federal DSEI (Distrito Sanitário Especial Indígena) Ianomâmi, que é subordinado ao SESAI (Secretaria Especial de Saúde Indígena) do Ministério da Saúde. O SESAI é responsável pela coordenação e execução da Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas e todo o processo de gestão do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SasiSUS) no SUS (Sistema Único de Saúde), segundo o portal do Ministério da Saúde do Governo Federal. Atualmente o SESAI está sob gestão de Reginaldo Ramos Machado, Secretário Especial de Saúde Indígena, e de Luana Costa Vasconcelos, Secretária Especial Adjunta de Saúde Indígena. O cargo do atual ministro da saúde é ocupado por Marcelo Antonio Cartaxo Queiroga Lopes.

Curiosamente, no site do Ministério da Saúde, exatamente na parte do DSEI Ianomâmi, o campo de responsável está vazio, diferente dos demais que tem descrito o contato de responsável.  A publicação da imprensa golpista, ao descrever a miséria total a que está sujeito o povo indígena Ianomâmi, foca na questão de que o órgão DSEI age na “ponta” do sistema, como se esse problema fosse apenas pontual, de funcionários corruptos que agem diretamente no local causando desvio de verba do cofre público. Aqui é citado que os medicamentos não foram entregues, com nota fria, como se fosse uma novidade esse tipo de ocorrência dentro da repartição pública. Isso não seria problema de gestão pública? Falta de uma boa administração pública? Desde quando o responsável pela morte de milhares de indígenas que vivem isolados dentro da floresta e que aumentou desde a posse do Bolsonaro é da responsabilidade de algumas pessoas que trabalham na extremidade do sistema? Obviamente sem tirar a responsabilidade dos indivíduos que cometeram o ato ilícito. Mas só agora que está acabando a gestão do atual governo, do nada, os culpados foram apontados. Pois a falta de medicamentos do povo Ianomâmi vem sendo notificada desde 2021. Desde o início do atual governo, a região demarcada oficialmente há 30 anos sofre com a invasão de garimpo ilegal, e o governo local não apoia os indígenas, mas sim o garimpo ilegal, pois são execuções patrocinadas por indivíduos com grande recurso que conseguem financiar o deslocamento de grande maquinário dentro da floresta isolada. O ato de garimpo não é ato de individuo isolado, de autônomos. É coisa de gente grande.

Fora o avanço do desmatamento que continua a todo vapor, o início do atual governo nefasto colocou em escanteio a população pobre, incluindo o povo indígena, que tem o agravante de viver em área isolada dentro da floresta para acessar algum órgão de assistência ao bem-estar. Desnutrição, malária, diarreia, problemas respiratórias são doenças que são facilmente tratáveis com medicamento no momento certo, mas que ainda causam a morte de centenas de crianças indígenas. Acontece que esse fenômeno ocorre já faz tempo, e o fato curioso é que durante o governo atual pouco foi notificado, mas agora que um governo esquerdista vai voltar ao poder, do nada surgem essas situações de urgência da causa humanitária, com responsáveis apontados, como se já estivessem cobrando do próximo governo alguma solução milagrosa.

A população indígena sempre foi usada como jogo político. Ainda mais quando aquele que deveria ser um exemplo à nação alegou que o medicamento cloroquina servia para tratar a COVID-19, quando começaram a desviar a distribuição para aqueles que realmente necessitavam, como no caso de população indígena que deixaram de receber, pois diminuiu o estoque destinado a eles, causando ainda mais morte, não somente de indígenas mas de pessoas que realmente necessitavam deste medicamento, pois com o aumento da demanda, aumentou o valor. Remediar essa barbárie de quatro anos será dura, mas o povo indígena espera que com o novo governo venha um sopro de esperança para amenizar a tristeza e que execute de fato ações de causa humanitária para que toda população brasileira tenha acesso a uma vida digna.

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