Nesta semana, surgiram boatos na imprensa de esquerda e da direita de que o ex-governador do Maranhão e agora senador eleito Flávio Dino (PSB) estaria escalado para ocupar o ministério da Justiça no próximo governo do petista Luiz Inácio Lula da Silva.
Independente da confirmação ou não do nome de Flávio Dino para o Ministério da Justiça, temos que utilizar o fato para analisar a política atual e a experiência passada dentro do Ministério, que é importantíssimo e que, no último período, mesmo nos governos petistas, ficaram nas mãos de pessoas que não eram de confiança. muito suscetíveis às pressões da imprensa e da direita golpista.
Vamos utilizar como exemplo no período em que José Eduardo Cardozo era o ministro da Justiça. Mesmo sendo da legenda petista, Cardozo permitiu todas as arbitrariedades cometidas pela Polícia Federal contra Lula, Dilma e o PT. Importante lembrar que a Polícia Federal (na época comandada pelo funcionário do IREE, Leandro Daielo), juntamente com o Ministério Público, foram peças fundamentais para que o movimento golpista para derrubar Dilma Roussef e a prisão de Lula se estabelecesse e tivessem um show de arbitrariedades para encher os noticiários da imprensa golpista.
Outro exemplo foi que, nos governos petistas, foi utilizada a chamada lista tríplice para escolha do procurador geral da união por pressão do Ministério Público. Na lista tríplice, o presidente não escolhia o procurador e ficava a cargo do MP escolher, e o resultado foi base para o golpe contra o PT. Um dos primeiros foi Antônio Fernando de Souza, no governo Lula, que foi o autor da denúncia do famoso Mensalão, utilizado pela direita até hoje para atacar o PT.
Outro escolhido pela lista tríplice e não pelo presidente foi Rodrigo Janot, no governo de Dilma Roussef, realizando dezenas de denúncias da golpista Operação Lava Jato perante o STF e que posteriormente se mostrou uma enorme farsa para tirar o PT da presidência e destruir a economia do País.
Esses exemplos servem para reforçar que o próximo ministro da justiça seja uma pessoa de absoluta confiança do governo Lula e, portanto, da esquerda, para impedir um novo golpe e mais arbitrariedades. Assim como outras indicações do presidente de áreas importantíssimas e que têm sido utilizadas pela direita golpista, como o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), a Procuradoria Geral da União (PGR) e o Ministério da Defesa. São instituições e ministérios que foram fundamentais para os golpistas e que permitiram que os ataques viessem não apenas de fora para dentro do governo, mas também de dentro do próprio governo petista.
Nesse sentido, os ministros do próximo governo Lula devem ser pessoas ligadas aos trabalhadores, relacionados aos trabalhadores e com a esquerda nacionalista. Perfil que passa muito distante de Flavio Dino, ex-juiz, ligado à direita maranhense e que não possui nenhuma relação com os trabalhadores, portanto facilmente manipulável como José Eduardo Cardozo. Em 2014, momento de sucessivos ataques contra o PT e de pressão da direita golpista, Flávio Dino apoiou abertamente o golpista Aécio Neves para presidência da República, por exemplo.
Os erros do passado não devem se repetidos, pois vão possibilitar novas tentativas de golpes e são um entrave para um governo ligado aos interesses da classe trabalhadora, maioria esmagadora da população brasileira, na qual foram firmados os compromissos da campanha.
Está claro que a direita não tem a mínima intenção de deixar Lula governar para os trabalhadores. Querem de todas as formas transformar o governo petista em um governo neoliberal, apoiando privatizações e ataques aos direitos da população, e a burguesia vai fazer de tudo para impedir um governo do povo.
Então fica ainda mais claro que Lula precisa ter pessoas de sua confiança, de esquerda e ligado aos trabalhadores dentro do governo e das instituições para coibir novas tentativas de golpe que venham dentro e fora do governo.