O presidente ilegítimo Bolsonaro sairá do governo, mas faz questão de deixar sua marca até o último dia. Como é de praxe da direita, o ataque sistemático à educação e aos direitos dos trabalhadores foi o que marcou sua gestão.
Na quinta-feira (1º), o governo federal voltou a zerar a verba de Universidades e Institutos Federais menos de um dia após anunciar que havia recuado no bloqueio, sendo um exemplo prático do ditado popular de que “felicidade de pobre dura pouco”. Se pela manhã os 366 milhões de reais haviam sido liberados, à noite, em ofício assinado às 19h37 pelo MEC, os recursos para dezembro foram novamente retidos e reduzidos a zero.
A gestão Bolsonaro, como afirma o Conif, “zerou o limite de pagamento de despesas discricionárias para o mês de dezembro”. Isto é, retirou ainda mais verba das Universidades, dando continuidade à sua política de extrema inimizade à educação pública e aos trabalhadores como um todo.
O MEC afirmou, inclusive, que solicitou uma ampliação do limite de pagamento ao Ministério da Economia em outubro e novembro, mas que o pedido foi negado pela pasta encabeçada por Guedes, posto ipiranga do capitão da reserva que ainda senta na cadeira presidencial.
O recuo protagonizado pelo governo federal foi sob críticas, mas sem nenhuma grande mobilização contra os desmanches neoliberais que a educação vem sofrendo. É evidente que denegre a imagem de Bolsonaro, considerando que não há nada acontecendo em seu governo e que o corte de verbas vem de forma espontânea.
Mesmo assim, tais ataques não podem passar despercebidos. Ainda que vejam e se informem, os setores que deveriam ser mais combativos e populares não se mobilizam para que isso pare de acontecer. Grandes manifestações não foram convocadas às ruas, em defesa da educação pública e das Universidades. É hora da CUT, da UNE e da UBES, dentre outras organizações de esquerda, se unirem pelas pautas que defendem, sobretudo a juventude operária, porque não é de hoje que o governo Bolsonaro, a mando dos capitalistas, atacou o ensino de milhões de brasileiros.
Em janeiro, Bolsonaro vetou a distribuição de 739 milhões de reais à educação, sendo sucedido pelo corte de 1,6 bilhão anunciado pelo MEC para as Universidades Públicas, em junho. Em outubro, bloqueio que o governo federal executou foi de 328 milhões, sendo seguido pelo congelamento de mais 366 milhões em novembro. Isso, na prática, é um ataque ao trabalhador e ao seu direito de estudar, que já é tão sucateado e atacado pela burguesia. É preciso mobilizar a juventude tanto contra os desmandos que a gestão Bolsonaro pode fazer em seu fim de mandato, quanto para defender novos investimentos no governo Lula!