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Imperialismo

Máquina de guerra: EUA realizaram 251 intervenções em 30 anos

Mais da metade das intervenções militares oficiais dos EUA ocorreram de 1991 para cá

Uma matéria do sítio Multipolarista apurou que os Estados Unidos realizaram 469 intervenções militares desde 1798, sendo que pelo menos 251 dessas ocorreram a partir do fim da guerra fria, em 1991. Isso significa que pouco mais de metade de todas as intervenções militares dos EUA foram realizadas apenas nos últimos 30 anos. Essas informações foram publicadas em março deste ano pelo Congressional Research Service (CRS).

Quase todas as nações do planeta já tiveram a “bela” oportunidade de serem militarmente abusadas pelos EUA, o que inclui praticamente toda a América Latina, com exceção apenas da Guiana Francesa, a qual, por sua vez, é controlada pela própria França e, portanto, por mais que não tenha recebido uma operação militar dos EUA, também é dominada pelo imperialismo.

A variação entre os períodos analisados é absurda e se acentua ao fracionarmos os números em outros pequenos períodos. Por exemplo, 18 dessas intervenções aconteceram nos últimos 4 anos, uma média de 4,5 intervenções por ano. Mas foi entre 1991 e 2004 que a estatística surpreende: nesse período, foram contabilizadas 100 intervenções militares, com uma média de aproximadamente 7,7 por ano.

Países onde os EUA admitem ter intervindo militarmente. Imagem: Multipolarista.

É preciso ressaltar que esses números são extremamente conservadores e desconsideram uma variedade imensa de intervenções. No documento com as informações, por exemplo, não consta absolutamente nada sobre qualquer tentativa de intervenção em nenhum momento durante a Ditadura Militar brasileira — a única coisa que de fato aparece no ano de 1964, por exemplo, é uma constatação de que aviões foram enviados ao Congo para resgatar o exército no país da população insurgente.

A lista não conta com ajudas financeiras, operações de treinamento, operações especiais, e diversas outras ocorrências que, no fim das contas, são partes fundamentais de uma intervenção. Também devemos considerar as diversas intervenções, diretas e indiretas, que simplesmente não estão oficialmente documentadas. Um fato que ilustra essa possibilidade é que, na prática, existem apenas 11 declarações formais de guerra dos EUA em toda sua história, as quais não incluem conflitos como a Guerra do Vietnã, a Guerra das Coreias e a Guerra do Golfo.

Outra pesquisa interessante a ser analisada é um levantamento feito pelo Military Intervention Project, na universidade de Tufts, localizada em Boston, nos EUA. A pesquisa afirma que, no período de 1776 até 2017, os EUA realizaram mais de 500 intervenções militares no mundo todo, sendo que quase 60% dessas ocorreram entre 1950 e 2017.

Intervenções norte-americanas por período e região, entre 1776 e 2017. Imagem: Military Intervention Project.

Apesar do buraco ser bem mais embaixo, essas informações já são mais que o suficiente para constatar como o imperialismo norte-americano é uma das coisas mais absurdas e violentas que já existiram na humanidade. E, como dito anteriormente, é preciso considerar que todos esses números são extremamente conservadores e não consideram uma série de intervenções significativas.

As intervenções militares listadas no relatório vão desde a evacuação de civis feita pela marinha norte-americana até a autorização do ex-presidente, Bill Clinton, de assassinar Osama Bin Laden bombardeando instalações no Afeganistão. Se fossemos reformular a lista, nesse balaio também poderíamos colocar a Guerra no Iraque, no Afeganistão, na Síria, os bombardeios na Iugoslávia e na Líbia, as intervenções na América Latina e até mesmo o conflito na Ucrânia, o qual tem sido amplamente financiado pelos EUA.

Cabe destacarmos o aumento drástico das intervenções após o fim da guerra fria, algo que consta em ambas as pesquisas. O Military Intervention Project chega até mesmo a afirmar que a tendência após esse período era de diminuição, uma vez que “tanto o fascismo quanto o comunismo estavam derrotados”, não sobrando um inimigo a ser de fato combatido.

Essa tese, entretanto, se mostra falha tanto na prática, quanto na teoria. As estatísticas claramente mostram um aumento estrondoso no número de intervenções dos últimos 30 anos, e isso tem sim uma explicação.

Toda essa agressividade é fruto de uma crise no atual sistema capitalista, o qual já está em sua fase final, o imperialismo. Com seu desenvolvimento máximo atingido, o imperialismo, aliado com as políticas neoliberais, tratou de apresentar ao mundo a verdadeira face de um sistema completamente decadente. Este período é o mesmo das chamadas “reformas neoliberais”, ou seja, da transição de diversos regimes que se intitulavam comunistas novamente para o capitalismo puro, desta vez ainda mais agressivo. Era a época da “vitória da democracia contra o comunismo”.

O capitalismo está em crise terminal. O velho leão já teve cerca de três infartos, e atualmente é sustentado por aparelhos, já estando completamente caduco. Conforme essa condição se acentua, o imperialismo fica mais agressivo e descontrolado, demonstrando a verdadeira natureza do regime capitalista, um sistema violento, que mantém os oprimidos sob a vigília do chicote já que não consegue manter o controle de outro jeito.

A população mundial é cada vez mais consciente dessa situação, com insurgências cada vez mais fortes brotando pelo mundo inteiro. A polarização e a coragem para enfrentar a burguesia são cada vez maiores, e isso faz com que o imperialismo precise pegar ainda mais pesado para manter o controle.

Fica evidente que o capitalismo está fadado ao fracasso. A tendência cada vez mais forte e certa é a organização da classe trabalhadora contra esse sistema, impondo a revolução proletária e substituindo o capitalismo decadente pelo socialismo.

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