“Ah! Quantos homens de juízo não andarão por aí declarados doidos somente para que os golpes certeiros de suas palavras terríveis percam a força, com que devem ferir e despedaçar a imoralidade, os vícios ignóbeis e até os crimes de grandes figurões?”
Joaquim Manuel de Macedo
O candidato ao governo de SP do PSOL, Guilherme Boulos, numa entrevista ao portal UOL, portal ligado à Folha de S. Paulo, lançou mão de já gastas calúnias contra o nosso Partido. Ao ser questionado, numa pergunta terrivelmente mal combinada entre Boulos e o entrevistador, sobre as nossas denúncias no caso Boulos-IREE, o candidato limitou-se a dizer que somos uma “seita de malucos” e disse que o fato de dar aula num instituto ao lado de figuras com Raul Jungmann, Sérgio Etchegoyen e outros tantos fascistas é algo normal. Os “jornalistas” naturalmente, nada mais perguntaram, uma vez que se tratava apenas de fazer a pergunta para Boulos espinafrar o PCO, sem explicar nada. Também não se preocuparam, como bons politiqueiros fazendo às vezes de jornalistas, em pedir a versão do PCO sobre o tema. Apenas publicaram o vídeo com o título “PCO é uma seita e fala muitos disparates”.
A tática de desqualificar o denunciante é a única que Boulos encontrou para lidar com as acusações, uma vez que sequer pode negar o que denunciamos. Agora vemos que a Folha de S. Paulo estende uma mão amiga para o candidato do PSOL atacar o PCO. Não é de estranhar, a Folha esteve em todo o período anterior do golpe de 2016 atacando o governo de Dilma, insuflando o golpe, dando voz para as alas direita e esquerda do golpismo, mais notadamente, o próprio Guilherme Boulos.
Os leitores podem ter se esquecido, mas Boulos foi colunista no momento que antecedeu o golpe, depois foi colunista no período anterior à fraude eleitoral de 2018, e voltou a ser colunista logo antes das eleições de 2020.
Está bem claro que na orquestra da direita golpista, o PSOL é um instrumento importante e a Folha de S. Paulo foi colocada no papel de reger esta esquerda.
A entrada em jogo de um órgão da grande imprensa golpista, na realidade, só coloca em evidência a importância da denúncia que fizemos
O papel de Boulos antes e durante o governo de Dilma Rousseff foi de um claro alinhamento com o golpe de Estado. Ele busca ridicularizar o nosso partido, dizendo que o responsabilizamos pessoalmente pelo desastre do 7 a 1 e outras coisas que são apenas uma falsificação do que dissemos. Nossas acusações políticas são muito sérias.
O imperialismo norte-americano e a direita brasileira decidiram que nada poderia dar certo naquela Copa. Uma frase nesse sentido, com exatamente este significado, foi dita pelo cientista Miguel Nicolelis, que emendou atacando diretamente o movimento “Não vai ter Copa”, cujo porta-voz era o mesmo Boulos, dizendo que tentaram inclusive “melar” a cerimônia de abertura. Os pretensos protestos populares de Boulos, as acusações de corrupção contra o PT nas obras dos estádios, o show de selvageria contra Dilma na abertura dos jogos e, sim, o fracasso retumbante da seleção estão ligados, como não estariam?
Boulos não é responsável pelo golpe de 2016, bem como não é responsável pela catástrofe da Copa de 2014. Não é responsável pois era apenas um dos instrumentistas de uma grande orquestra. Quem regeu essa orquestra foi o grande capital, que quer Boulos e o PSOL, uma esquerda inócua e subserviente ao imperialismo, substituindo o PT e toda a esquerda nacionalista brasileira.
Neste momento, Boulos e o PSOL buscam com todas as suas energias encontrar um bom motivo para não apoiar a candidatura do ex-presidente Lula. Se encontrarem, irão ajudar a dividir o voto de Lula nas eleições, como já fizeram nas últimas quatro eleições.
Em São Paulo, vemos Boulos insistir numa ação divisionista e sem esperanças ao tirar de Haddad 10% dos votos, o que é uma atitude incompreensível para quem é defensor da política do “mal menor”. A candidatura de Boulos foi gestada nos escritórios de Walfrido Warde, presidente do IREE, tendo Boulos inclusive convidado um sócio de Warde, o advogado Silvio Almeida, para ser o vice.
O nível da perfídia é tamanho que, enquanto dizem que vão apoiar Lula, fazem o impossível para arruinar seu palanque em S. Paulo. Enquanto Boulos diz que Alckmin é uma coisa difícil de engolir, ele está empregado num instituto que tem Sérgio Etchegoyen na diretoria, um general do Exército que faz Alckmin parecer um dirigente bolchevique. O PSOL estaria, também, tentando formar uma federação partidária, uma fusão temporária, com a Rede Sustentabilidade, partido de Marina Silva.
Marina Silva foi apoiada pelo capital internacional em 2014 e tirou de Dilma , no 1º turno, 21,32% dos votos. Logo em seguida apoiou Aécio Neves, num verdadeiro estelionato eleitoral. A própria Marina continua ferozmente oposta à candidatura de Lula.
O candidato do PSOL se recusa a explicar a sua relação com o Instituto IREE, se recusa a explicar a relação do IREE com o think-thank imperialista e golpista, Global Americans, financiado pelo NED, criado para fazer o papel da CIA norte-americana no financiamento de elementos e organizações golpistas pelo mundo todo. Também não dá nenhuma satisfação sobre a sabotagem em São Paulo, bem como o noivado escândaloso do PSOL com a Rede. Não explica nada. Não explica porque não há explicação. É tudo tão ruim quanto parece.A denúncia feita pelo nosso partido e o Diário Causa Operária (DCO) abriu uma ferida na tentativa de atacar o PT pela esquerda. Agora, até a Folha de S. Paulo está sendo escalada para defender Boulos em meio a uma enxurrada de críticas, não só do PCO, mas de toda a esquerda pela atitude claramente maliciosa de Boulos e o PSOL.