Um policial militar teria feito crimes em dois locais em um intervalo de 40 minutos entre um e outro. O primeiro crime foi em sua casa onde teria atirado sete vezes na esposa e o segundo no 19º BPM-PE, onde trabalha, teria atirado em quatro militares, matado um militar e ferido outros três militares, além de ter tirado a própria vida. Cinco militares baleados dentro do Batalhão André Vidal Negreiros e uma mulher baleada no bairro Malaquias, no Cabo de Santo Agostinho,nesta terça-feira (20), em Pernambuco, na parte da manhã.
A esposa do policial que estava grávida de três meses, de acordo com a polícia, foi baleada nas costas na casa onde o casal morava, no bairro Malaquias, na cidade de Cabo de Santo Agostinho, a cerca de 30 quilômetros da capital, Recife. Foi atingida por sete tiros e a sua família foi chamada para levá-la à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Cabo. Entrou na UPA com pulsação fraca e nem ela nem o bebê resistiram aos ferimentos, indo a óbito às 11:21h.
Na sequência, o policial identificado como Guilherme de Barros, teria parado um motorista de aplicativo que relatou a um jornalista que ficou sob ameaça do soldado por 40 minutos e foi informado pelo soldado que matou a esposa e iria matar os colegas. Disse que levou Guilherme de Barros até a sede do 19ºBPM-PE, no bairro de Pina, na zona sul do Recife. Na sede teria entrado na sala de monitoramento atirando, cometendo homicídio e na sequência, o suicidio.
As vítimas do policial foram Wagner Souza, tenente da PM, que tinha recebido promoção no dia anterior, que morreu após ser baleado na sede do 19º BPM; os feridos, a seguir, foram socorridos em unidades de saúde no Centro de Recife, que são, Aline Maria, major da PM, passou por cirurgia, precisou de doação de sangue e foi encaminhada para a UTI, porém não resistiu aos ferimentos e foi a óbito na UTI; Paulo Rebelo, cabo da PM, foi ferido no ombro, encontra-se internado para avaliação médica; Maurino Uchoa, sargento da PM, ferido de raspão, foi atendido e recebeu alta médica.
A unidade de saúde confirmou que os dois pacientes com ferimento por projétil de arma de fogo deram entrada na emergência na manhã desta terça-feira (20), mas ressaltou que a instituição não tem autorização das famílias para divulgar o estado de saúde dos pacientes. O terceiro ferido foi atendido no Hospital da Restauração (HR), mas recebeu alta no início da tarde, pois o tiro o atingiu de raspão
Os corpos do policial e do tenente ficaram na sala de controle do batalhão e foram recolhidos pelo IML (Instituto de Medicina Legal) logo depois da perícia do Instituto de Criminalística (IC).
Fatos como este reforçam o que é dito por este Diário, há tempos, de que a PM é uma instituição fora do controle da classe trabalhadora e tem todos os privilégios oferecidos pela burguesia. A mulher do soldado, porém, foi atendida na UPA, já se sabe da demora no atendimento destas unidades e da falta de investimento do governo nas mesmas, num caso de ferimento à bala com perda de sangue e elevada contaminação interna feita pelo projétil é necessário atendimento imediato, em caso de ferimento com 7 balas, milésimos de segundos de demora de socorro são fatais.
Novamente a população mais pobre trabalhadora fica à mercê da corporação que treina policiais para matar e não conhece e não acompanha a saúde mental e social dos policiais, que são destinados a reprimir a população. Não há interesse nenhum da burguesia em ter profissionais com saúde mental, social e política adequados para atender a população porque a PM é destinada a proteger a burguesia de sua inimiga, a classe trabalhadora. Qualquer ilusão a respeito desta corporação ser confiável é devaneio psicológico e moralista.
Este caso comprova o que viemos dizendo anteriormente, pois. Reiteramos que a única maneira de oferecer segurança à classe trabalhadora é instituindo milícias populares, não militares, divididas em regiões, cujos membros são moradores destas mesmas regiões. Quando a população conhece as pessoas que fazem o policiamento e vice-versa, o controle de eventos estranhos à comunidade, com um crime, possui eficácia muitas vezes maior que uma polícia desconhecida da população e que não conhee a população, além de discriminar os pobres, negros mulheres e as outras classes com percentagem menor de pessoas que são igualmente oprimidas pela atuação violenta e letal dessa instituição Polícia Militar, que cumpre as ordens do Estado capitalista burguês.