Em entrevista à imprensa burguesa, o diretor de Comercialização e Logística da Petrobrás, Claudio Mastella, voltou a defender a política do regime golpista a respeito do controle de preços dos combustíveis da estatal. O diretor, escolhido pela direção colocada por Jair Bolsonaro e Paulo Guedes no último período, é mais um dos muitos golpistas que passaram a ocupar cargos de importância na maior estatal brasileira.
Segundo Mastella, em evento promovido pela FGV no Rio de Janeiro, “ninguém gosta de pagar preço alto, mas é a consequência de atuar num mercado que quer trazer mais atores”, uma resposta cínica que corresponde a política de conjunto do governo Bolsonaro. Para o diretor de comercialização da Petrobrás, o Brasil deveria manter sua política onde a base dos preços não é o que for produzido no País, mas sim o mercado externo controlado pelos Estados Unidos, como forma de “os novos atores”, ou seja, o imperialismo, “se sentir à vontade e confiantes”, conforme declarou o golpista.
A política de preços da Petrobrás é um dos grandes motivos da forte impopularidade do regime golpista com os trabalhadores. Mesmo Bolsonaro, um defensor desta política, precisou fazer uma campanha demagógica envolvendo os preços, afirmando “não ter controle” do que estava sendo feito e inclusive, trocando em mais de uma oportunidade o presidente da empresa. Contudo, foi nas eleições onde a campanha tornou-se mais clara. Com a intenção de ganhar as eleições, a burguesia passou por cima de qualquer política fiscal e decidiu comprar votos de forma aberrante. Com os preços dos combustíveis isso não mudou, tendo uma significativa queda durante as eleições, com uma improvisação do governo federal, que subsidiou os preços ao mesmo tempo que visava garantir os lucros dos acionistas.
Com o término das eleições e a derrota dos golpistas, os preços voltaram a subir rapidamente e o imperialismo tem como preocupação central o que o novo governo Lula irá fazer em relação a este problema. Dominada por dirigentes que, na prática, são representantes de acionistas externos, a Petrobrás está sendo entregue de maneira criminosa e já perdeu neste último período todo o controle das principais áreas de exploração para a iniciativa privada. Os capitalistas estrangeiros e acionistas do imperialismo, estão se movimentando para organizar uma verdadeira campanha contra Lula, que pretende “abrasileirar” os preços do combustível.
Dessa maneira, Lula iria quebrar com a dominância do Dólar, moeda norte-americana, sobre o controle dos preços dos combustíveis no País. Além disso, Lula em sua campanha eleitoral afirmou que quer tornar a Petrobrás um pilar do investimento no desenvolvimento da economia nacional. Para isso ocorrer, será necessária uma dura ação contra a política dos acionistas e do imperialismo como um todo. Será necessário reestatizar aquilo que foi privatizado da Petrobrás, mudar totalmente a política de preços e tornar a empresa não só uma exportadora, como também uma desenvolvedora desta matéria-prima em próprio território nacional.
Contudo, para isso se desenvolver, o primeiro passo é mudar totalmente a direção da empresa. É necessário fazer uma limpa, tirar todos os golpistas que estão entregando a Petrobrás para o imperialismo e colocar pessoas ligadas de fato a empresa e ao interesse de defender a economia nacional, o desenvolvimento da Petrobrás e não ser um capacho dos interesses de acionistas estrangeiros.
A situação é cada vez mais grave, com a nova crise econômica que vem se desenvolvendo em todo o mundo, os preços voltaram a crescer e o trabalhador brasileiro irá pagar por uma crise que sequer é sua. Segundo a Abicom (Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis), o preço médio da gasolina nas refinarias brasileiras aumentou 6%, ou seja, R$ 0,20 por litro acima da importação.
O caso demonstra que o futuro desta política será uma total destruição da Petrobrás a favor do capital estrangeiro, da privatização e do imperialismo. O ataque é um ataque aos trabalhadores e ao desenvolvimento da economia nacional, que Lula precisará barrar com uma intensa campanha, em defesa de um petróleo 100% estatal e do povo brasileiro. É preciso limpar a casa e adotar uma política baseada na mobilização popular em defesa dos interesses brasileiros.