O jornal que mais bem expressa a posição da burguesia brasileira, o Estado de São Paulo, no último sábado lançou um deu seus ataques diários ao ex presidente Lula. O editorial Lula quer a imprensa cabrestada é dos textos mais cínicos publicado por este monopólio de imprensa, nele Lula e o PT são os vilões que querem a censura enquanto o próprio Estadão, a Folha de SP e o Globo seriam os arautos da liberdade de expressão, uma falsidade absoluta. O projeto de regulamentação da imprensa do PT não é nada comparado a censura generalizada que os monopólios impõe.
O artigo inicia falando que o PT é um grande inimigo da liberdade de expressão, e que em seus 14 anos de governo a censura bruta só não foi aplicada pela resistência da “sociedade e do Congresso”. De início o jornal golpista já inventa sua realidade farsesca, um dos problemas do PT, bem de como grande parte dos governos nacionalistas da América Latina foi justamente a falta de intervenção nos monopólios de imprensa, ligados diretamente ao imperialismo. As concessões de tipo medieval dos canais de TV, que apoiaram o golpe de 1964 e de 2016, bem como toda a política dos EUA no Brasil em nenhum momento foram questionadas pelo governo PT.
O Estadão afirma que graças a imprensa “livre” foi possível divulgar os escândalos de corrupção do PT, o oposto foi a realidade. Graças aos monopólios a farsa do mensalão e da lava jato foram as únicas informações divulgadas em massa, enquanto isso as denúncias, feitas pela esquerda e pelas organizações democráticas quase não alcançaram a população visto que a imprensa dessas organizações é ofuscada pelos monopólios. A CUT que lutou contra o golpe e tem como base 4mil sindicatos e dezenas de milhões de trabalhadores não pode divulgar as ilegalidades cometidas contra Lula em um canal de TV aberta. Afinal a família Marinho vale mais que a classe operária brasileira.
O artigo é tão cínico que ataca Lula tanto no que concordam quanto o que discordam. O problema real da colocação de Lula é que ele pede pela regulamentação das redes sociais devido as chamadas “fake news”, contudo a imprensa burguesa realiza uma campanha infinitamente maior contra as redes sócias, atacando inclusivo as próprias páginas do PT. A política da burguesia é de manter os monopólios de imprensa e portanto é preciso regular as redes ao máximo para que elas não realizem seu potencial real, que é permitir que qualquer pessoa alcance milhões, algo que anteriormente só era possível com uma estrutura tal qual uma emissora de rádio ou de televisão.
Já a outra colocação de Lula, essa sim é demonizada, a regulamentação das maiores empresas de comunicação. Lula fala de deixar todos os lados falarem, de o povo regular a imprensa, o que está sendo exposto de forma abstrata é que de uma forma ou de outra é preciso quebrar o monopolio. Como foi dito acima, é preciso que as organizações populares tenham a mesma voz que as 3 famílias que comandam a esmagadora maioria da imprensa nacional a mando do imperialismo dos EUA. A verdade é que essas famílias não deveriam ter poder nenhum, é por esse ponto que o ataque do Estadão à Lula é tão violento.
O jornal golpista finge ser um grande defensor da liberdade de expressão, mas foi ele apoiou todas as arbitrariedades do STF durante o golpe de Estado e agora com a perseguição aos bolsonarista. O STF proibiu Lula de dar entrevistas durante o periodo eleitoral, algo que todo o detento tem direito, o Estadão apoiou as medidas de regulamentação do Whatsapp, Facebook, Twitter, apoiou a censura a Daniel Silveira e a sua prisão, apoiou a política criminosa do TSE de caçar mandatos e registros de candidatura por declarações que alguma pessoa possa ter feito. Em suma, o Estadão sempre apoiou a censura e o privilégio de expressão.
O Estadão resume bem qual é a sua política, a colocando na boca de Lula. “O que Lula quer é outra coisa. Quer subjugar veículos para que deixem de publicar o que não ele não quer que seja publicado.” Essa não é a política de Lula, que se mostra bem democrático no quesito da liberdade de expressão, essa é a política do Estadão, da Folha, do Globo e dos monopólios da imprensa burguesa em todo o mundo. Para sustentar a ditadura mundial do imperialismo é preciso reprimir qualquer voz que se levante em defesa dos trabalhadores.
É preciso retirar o monopólio da mão dessas poucas famílias que o possuem e fazer com que o povo possa ter acesso a esse recurso também. Quem defende a censura não é Lula, quem a defende é quem já a pratica, como o STF e os grandes monopólios da imprensa. Lembrar de toda a censura e a perseguição contra Lula, sua prisão política, o triplex, sítio de atibaia, etc