Nesse domingo (2), foi definido, oficialmente, a realização do segundo turno das eleições de 2022 para a Presidência da República. Após a apuração, constatou-se que Lula, que atingiu 48,43% dos votos válidos, disputará o cargo com Bolsonaro que, por sua vez, teve 43,20% dos votos. Acirra-se, portanto, a polarização política no Brasil, fenômeno que, principalmente com o golpe de Estado de 2016, contra Dilma e o PT, tornou-se regra.
Fato é que, levando isso em consideração, o segundo turno será uma verdadeira guerra entre Lula e Bolsonaro. Esse aumento na polarização, decorrente dos resultados eleitorais iniciais, será a responsável por radicalizar cada vez mais as massas que, independente do lado, defenderão seus candidatos de maneira política.
De um lado, Lula representa os trabalhadores e os seus verdadeiros interesses; enquanto que, do outro, Bolsonaro, que angariou uma base de apoio por meio da demagogia, faz o jogo da burguesia.
Nesse sentido, o posicionamento de Lula em relação ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) elucida bem de que lado está. Afinal, desde sua fundação, o MST representa uma das forças de esquerda mais radicais do Brasil, realizando, na prática, a expropriação dos latifúndios improdutivos em território nacional que, de maneira geral, servem à especulação e ao enriquecimento de meia dúzia de capitalistas.
Lula, tanto durante seus governos quanto atualmente, defende o MST como um importante agente político brasileiro. Desde sempre, é favorável às ocupações que realizam, ações que tiveram, durante os governos do PT, um aumento considerável em suas frequências considerando os números apresentados pelo governo neoliberal de Fernando Henrique Cardoso.
Por esses motivos, é, também, apoiado e defendido pela militância do MST que, neste momento, representa uma das forças centrais dentro da campanha de Lula. Finalmente, Lula, sendo um líder da classe operária à nível nacional, também o é no que diz respeito à luta pela terra, à luta no campo. Não é à toa que, na época da prisão de Lula, o MST tomou as ruas contra o golpe, reivindicando a liberdade do petista.
Bolsonaro, por outro lado, é um inimigo consagrado dos sem-terra. Durante seu governo, além do fato de que as invasões do MST diminuíram consideravelmente, Bolsonaro também aprimorou o aparato fascista do Estado burguês – a polícia militar e afins -, engendrando um aumento absurdo no número de assassinatos no campo. A diferença é perceptível principalmente em locais como Roraima e o Mato Grosso do Sul, regiões que, nos últimos 4 anos, foram palcos de diversos massacres contra o povo que tentava garantir a sua própria sobrevivência.
No fim, o principal grupo, talvez, que apoia e dá sustentação ao governo de Bolsonaro é justamente os latifundiários. Grupo que, por definição, é o maior inimigo da luta pela reforma agrária e, consequentemente, do MST e de sua militância.
Entretanto, apesar de que, somente no primeiro mandato de Lula, houve um aumento de 45% no número de invasões por parte do MST, Lula e, consequentemente, um eventual novo governo do PT, devem se radicalizar: é preciso realizar a reforma agrária do início ao fim no Brasil, um dos países que mais sofre com os efeitos provenientes desse atraso em todo o planeta. Essa é a única forma de garantir uma distribuição de terras igualitária que considere não a vontade de um pequeno grupo de grandes capitalistas, mas sim a eficiência da produção agrícola no País rumo ao desenvolvimento.
Além disso, contra a polícia fascista de Bolsonaro, Lula deve armar o povo sem-terra que, organizado em Comitês de Autodefesa, impedirão que a matança da burguesia no campo continue. Esse é o caminho para um governo dos trabalhadores, luta que, neste momento, se dá por meio da luta por Lula Presidente.