Nesta quinta (dia 01/12), há exatamente um mês da sua posse, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), se reuniu com dirigentes sindicais no Centro Cultural Banco do Brl (CCBB), sede da equipe de transição do novo governo, em Brasília.
Do encontro participaram vários dirigentes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), além de presidentes das demais “centrais”: Força Sindical, UGT, CTB, CSB, NCST, Pública, Intersindical e Conlutas.
O presidente anunciou diretamente aos sindicalistas, segundo o Portal da CUT, que “apoia e se compromete com as prioridades da pauta da classe trabalhadora” que lhe foi entregue ainda durante a campanha eleitoral. Foi também um ato claro de reconhecimento de Lula do papel decisivo que as organizações dos trabalhadores tiveram na sua eleição.
Segundo o presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre (falando na foto abaixo), membro da equipe de transição e que participou da reunião, “os sindicalistas reafirmaram a Lula as prioridades da classe trabalhadora para o próximo período, com base no documento aprovado na Conferência da Classe Trabalhadora (Conclat 2022), realizada de forma unitária, em abril deste ano, pelas centrais sindicais”.

Ele também defendeu a necessidade do movimento sindical pressionar o Congresso Nacional e enfatizou que “será necessária muita lula para recuperar os direitos que foram arrancados da classe trabalhadora desde o golpe de 2016, primeiro com a Reforma Trabalhista de Michel Temer, depois com as perdas impostas por Bolsonaro”.
Durante a reunião, Lula falou sobre o que chamou de necessidade de “recuperar o País”. Afirmando que o Brasil precisa ser reconstruído em muitas áreas e que dedicará seu tempo para recuperar empregos e atrair investimentos.
“Do ponto de vista da organização social, esse é definitivamente um país em reconstrução. E vocês sabem que fazer reforma naquilo que foi destruído é mais difícil do que começar a fazer uma coisa nova. Então, nós temos muitas coisas para serem reconstruídas”, declarou o presidente que toma posse em 1º de janeiro.
Ele ainda acrescentou que vai “criar a mesa de negociação, nós vamos criar mesa de trabalho, vamos criar o que for necessário criar” e defendeu o financiamento dos sindicatos que fazem a luta pelos direitos da classe trabalhadora e que as “finanças dos sindicatos serão decididas pelos trabalhadores em assembleia livre e soberana”.
Lula falou em “convencer” os parlamentares. O único caminho que torna possível fazer com que um Congresso amplamente dominado pela direita que apoiou o golpe de Estado (2016) e todas as medidas contra os trabalhadores dos últimos anos, como as “reformas” trabalhista e da Previdência é através da mobilização popular nas ruas.
A CUT e os sindicatos classistas precisam convocar os trabalhadores a saírem às ruas na defesa de suas reivindicações, contra as tentativas da direita de cortar ou limitar as propostas de Lula que vão no sentido de atender – ainda que parcialmente – os interesses dos trabalhadores.
Sob a pressão dos banqueiros e do grande capital, que – de fato – mandam no Congresso, no Judiciário, na imprensa etc. – a campanha contra as medidas em favor dos trabalhadores, que já ocorre, vai se intensificar e tende até mesmo a se transformar em uma campanha contra o governo Lula.
Como sempre, não haverá conquistas efetivas e duradouras sem a mobilização da classe trabalhadora que derrote as armações da burguesia golpista e dos seus lacaios no Congresso Nacional.