Nessa quinta-feira (24) a Caixa Econômica Federal divulgou o seu balaço anual de 2021, obtendo um crescimento do seu lucro líquido de 31,1%, na comparação com o ano de 2020, chegando a cifra de R$ 17,3 bilhões. Somente no quarto trimestre do ano passado, o lucro do banco foi de R$ 3,2 bilhões, 0,3% superior ao trimestre anterior.
Segundo a Caixa, a carteira de crédito ampliada registrou saldo de R$ 867,6 bilhões, crescimento de 10,2%, em comparação ao ano de 2020. A margem financeira da Caixa, no quarto trimestre, chegou à R$ 11,5 bilhões, o que corresponde um aumento de 8,5% se comparado ao mesmo período do ano anterior, e se deu, principalmente, dos aumentos de 27,2% no resultado com operações de títulos de valores mobiliários e de 16,2% nas receitas como operações de crédito. Houve, ainda, um aumento das receitas provenientes da carteira de crédito, também no quarto trimestre, totalizando R$ 19,8 bilhões, um aumento de 15,8% em relação ao quarto trimestre de 2020, consequência do aumento de 187,9% com operações de crédito voltadas para o agronegócio. A arrecadação com as loterias, em 2021, foi de R$ 16,9 bilhões, em todas as modalidades, sendo que R$ R$ 7,5 bilhões deles foram revertidos para benefícios sociais, conforme previsto em lei.
No balanço anual da Caixa de 2021, o que mais chama a atenção é que, quase a metade do lucro líquido apresentado, R$ 7,2 bilhões, ou seja, exatamente 41,7% do total, foi em consequência de eventos não recorrentes e da venda de ativos rentáveis, como por exemplo, as ações do Banco Pan e da Caixa Seguridade.
E aí que mora o problema. A abertura do capital das subsidiárias do banco e o lucro faturado em 2021, que não irá se repetir nos demais anos, passará a fazer parte do lucro dos grandes banqueiros nacionais e internacionais e, não deixa nenhuma dúvida, que significa o atendimento dos interesses desses setores, e é parte da política dos golpistas em privatizar o patrimônio do povo brasileiro.
Sempre é bom lembrar que, desde o início de 2019, a direção do banco, sob a gestão de Pedro Guimarães, executa o “desinvestimento” do banco, com a venda de ativos da Caixa na Bolsa de Valores pela primeira vez em 158 anos!
O atual presidente do banco é especialista em privatizações. Guimarães foi assessor na venda do Banespa; funcionário de Paulo Guedes no BTG Pactual e é sócio do banco de investimento Brasil Plural.
A ficha corrida do presidente da Caixa revela que a justificativa da venda das ações das subsidiárias das empresas pública, no caso da Caixa Seguridade e do Banco Pan, de que os recursos serão utilizados para aumentar os benefícios sociais cai por terra. Na verdade, os recursos irão para o bolso dos grandes banqueiros como forma de pagamento de juros da dívida pública.
É preciso barrar a política da direita golpista de privatização das empresas estatais e, isso, somente se dará através de uma gigantesca mobilização dos trabalhadores. A entrega das subsidiárias da Caixa não é um caso isolado; a mesma situação acontece na Petrobras, Correios, Banco do Brasil, Eletrobrás, etc. Para isso a CUT deve chamar, imediatamente, um Congresso extraordinários dos trabalhadores das estatais e preparar uma contraofensiva, através dos métodos tradicionais de luta da classe trabalhadora, com greves, ocupações, piquetes, etc. em respostas a mais esse ataque à classe trabalhadora e a população em geral.