A política de exclusão educacional e esportiva na sua base, é evidenciada na macroestrutura no seu ponto final que são os campeonatos mundiais como no caso recente nos Jogos Olímpicos de inverno. Brasil e Jamaica foram os únicos países que em sua composição de equipes apresentaram atletas negros na modalidade de bobsled. No pódio de medalhas os 29 países que conquistaram alguma medalha todos eles são tradicionalmente países de regiões frias e que tem contradições raciais dramáticas no seio da cultura e da história do seus países.
Noruega, Alemanha, China, EUA, Suécia, Países Baixos, Áustria, Suíça, ROC (Nome dado para substituir Rússia como sanção internacional para os casos de dopping e significa Comitê Olímpico Russo), França, Canadá e Japão são os doze primeiros países na tabela de medalhas ordenados pelo critério de classificação por medalhas de ouro, prata e bronze. No entanto, na totalidade de medalhas Noruega, Rússia (ROC), Alemanha, Canadá e EUA são os cinco primeiros a encabeçar a tabela de medalhas por totalidade.
Essa classificação mostra para além do fato de que a população negra é drasticamente diminuída nesses esportes, evidencia uma tradição burguesa de esportes devido a seu alto custo de aplicação e prática, fenômeno conseguido por herdeiros. Nos países tropicais a situação é ainda mais dramática no qual a realidade do esporte segrega financeiramente a população que tem acesso e essa situação se torna paralela ao quadro de formandos em medicina nas Universidades Federais.
A política de Estado que financia esses esportes no qual o Brasil eventualmente compete nas Olimpíadas e raramente alcança algum expressão na forma de medalhas indica a política de Estado e os investimentos para tanto. O estado brasileiro não tem a tradição (e nem a vontade, na forma de projetos) de criar ou fomentar Escolas e academias públicas que formaram atletas para as olimpíadas de inverno, tarefa atribuída a burguesas e a iniciativa privada que por sua natureza excludente fará o filtro na taxa de inscrição do esporte.
A população negra que no Brasil é maioria, cerca de 54 % da população, tem a minoria ou expressividade nula de representatividade nesses esportes que tradicionalmente são excludentes. Esse dado por si só mostra uma política racista estruturada muito forte no Brasil, no entanto, o dado fica ainda mais coerente quando a população de negros no Brasil ocupa 75% entre os mais pobres no país. Racismo estruturado historicamente devido à política imperial de dominação burguesa, historicamente as motivações de dominação do império se fundamentaram no preconceito racial e hoje em dia o conjuntura social que forma o quadro de cidadãos na atualidade determina os ocupantes das posições sociais privilegiadas e aqueles ocupantes das posições menos abastadas.
Onde estão os negros na ocupação legítima de suas posições sociais (culturais, esportivas, trabalhistas, artísticas e demais estratificações sociais que incorporam o cidadão)? A resposta está atrelada ao passado e vive no presente como uma cicatriz que para além do identitarismo barato que a esquerda tenta trazer, evidencia uma política imperial de dominação dos povos como uma ferramenta útil do imperialismo internacional que reduz a participação de uma determinada parcela social pelo motivo econômico e reafirma a política racial do passado. Tratoram e passam por cima das nossas maiores heranças e dos nossos maiores direitos herdados da construção histórica humana de conhecimento. O povo é fadado a sabotagem do imperialismo (fase superior do capitalismo) de acessar o conhecimento humano e toda sua revolução que naturalmente o conhecimento traz, impedindo assim o acesso do povo a sua verdadeira herança e parafraseando o camarada Vladimir Ilich Lenin, “acessar as maravilhas do conhecimento humano o torna um comunista”.





