Na última quinta-feira (04), o candidato à presidência em 2022 do Novo, Felipe D’ávila, entrou com um processo de denúncia contra Lula no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A coisa, a que chamam de denúncia, é absurdamente ridícula. No processo, ele denuncia o ex-presidente pelo crime de campanha eleitoral antecipada, quando ele teria pedido votos em ato no Piauí lá em outubro de 2021. A multa máxima para esse tipo de “crime” é de 25 mil reais.
Felipe D’ávila é um empresário milionário, membro da direita golpista, candidato por uma legenda golpista e, sobre a maneira de atuar “politicamente”, não há nenhuma surpresa. É fato que as eleições se aproximam e a burguesia se vê com cada vez menos alternativas. Bolsonaro e Tebet apanham até mesmo nas pesquisas encomendadas e manipuladas pela direita e, diante da situação, a direita financiará todo tipo de jogo sujo contra a campanha de Lula.
Processos, campanhas de calúnia, ameaças físicas, perseguição nas redes sociais e contratação de opositores são táticas muito antigas da direita golpista. D’ávila é o tipo de candidato que só mobiliza as moscas em torno de sua política de devastação, assim como todo candidato financiado pelo empresariado golpista, a exemplo de Tebet e Dória. D’ávila é o tipo de candidato que, sem propostas e sem intenções políticas que interessam à classe trabalhadora, paga um grupo de advogados para tentar minar a campanha do Lula que seria, esta sim, uma campanha de caráter político e popular.
É uma candidatura de capacho, que está ali disfarçada de alternativa, mas que se soma inteiramente à direita desde o momento em que é anunciada. Demonstra isso quando não possui movimentações políticas, mas apenas burocráticas. Está ali apenas para trazer mais recursos financeiros à campanha dos golpistas, que não podem manobrar tão bruscamente para controlar os recursos de “partidos-empresa” como o Novo, por exemplo, e desgastar o candidato da esquerda.
Em maio deste ano, o Partido Liberal (PL), ao qual é filiado Bolsonaro, denunciou Lula da mesma maneira. Desde que o ex-presidente esteve livre, até os dias de hoje, não faltam aqueles que dizem que ele não é inocente. Ou até mesmo aqueles que, entre os identitários, caem nas campanhas do imperialismo de que ele é machista e coisas do tipo. Em verdade, a direita está desesperada e irá utilizar de diversas possibilidades para minar a campanha da esquerda em torno do candidato do Partido dos Trabalhadores (PT).
Finalmente, tal “crime” é uma farsa. O verdadeiro problema é a legislação do TSE, que impõe um regime completamente antidemocrático aos candidatos restringindo a campanha eleitoral para poucos meses. Isso sim é um crime que favorece os donos dos monopólios da comunicação, ou seja, a burguesia. Colocando candidatos de partidos da esquerda em clara desvantagem desde o princípio das eleições.
Com esse tipo de tática golpista, é preciso que a esquerda esteja atenta. A direita e os empresários já compreenderam que podem contar com o Supremo Tribunal Federal (STF) ou com o TSE, por exemplo, para aplicar qualquer outro golpe político que os interesse. Pensar isso não é nenhum absurdo, sobretudo diante do Golpe de Estado de 2016 que culminou com a prisão de Lula e a eleição de Bolsonaro, coisas que o STF aprovou. O setor Judiciário, ao demonstrar ser um antro conservador da alta burguesia, sempre esteve à postos para uma manobra contra os interesses dos trabalhadores.
O que Felipe D’ávila e a direita pretendem fazer das eleições de 2022 é um verdadeiro vale tudo, no qual a direita joga seu jogo sujo financiado pelos empresários golpistas e pelo imperialismo. A tática é acusar Lula, o candidato do povo, de tudo que possa vir a impugnar, boicotar, desgastar ou difamar a sua candidatura. Não há surpresas, a campanha é rasteira e desavergonhada, na qual não há qualquer princípio.
É urgente que a esquerda finque o pé na campanha por Lula Presidente, impondo uma derrota dura à política da direita. Além disso, denunciar esse tipo de ação rasteira e propor ações que fortaleçam a disputa no campo político, estando atenta ao financiamento de ações de caráter jurídico e identitário que, com aparência de “bom mocismo”, são táticas golpistas retiradas da fossa que a direita usa em suas campanhas sujas e impopulares. E, sem parar por aí, promover debates e mobilizações sistemáticas, através de comitês de luta, para expor os interesses mesquinhos da direita contra os trabalhadores espoliados pela crise provocada, entre outros motivos, pela venda do País pelos golpistas.