Vigiando a população

Imperialismo investe milhões em novas tecnologias de espionagem

A empresa Anomaly 6 fornece serviços de rastreamento de alta precisão para governos dos países imperialistas

São muitos os escândalos envolvendo revelações de métodos de espionagem dos governos dos países imperialistas utilizados contra a sua própria população e contra a população do resto do planeta. As denúncias feitas por Glenn Greenwald, em parceria com Edward Snowden, são um exemplo. Divulgadas no jornal britânico The Guardian, elas detalham a forma como o NSA e a CIA se infiltram nos aparelhos eletrônicos de pessoas do mundo todo para vigiarem suas atividades a todo momento. 

Outras denúncias saíram antes e depois desta, e a política do imperialismo, naturalmente, continua sendo a mesma. Para o estado profundo norte-americano, por exemplo, os cidadãos do mundo são apenas joguetes em suas mãos, prontos para serem espionados e manipulados da forma como lhes convir. 

Nestes últimos dias, mais um desses escândalos foi revelado. A página norte-americana de jornalismo investigativo chamada The Gray Zone acaba de divulgar uma matéria escrita a partir da leitura de diversos documentos vazados de uma nova empresa chamada Anomaly 6

A atividade levada adiante pela empresa, que é totalmente ilegal, consiste em incorporar kits de desenvolvimento de software (ou SDK) equipados com ferramentas de rastreio de alcance mundial, em telefones celulares ou em aplicativos de outros aparelhos smart, como televisões, tablets, assistentes virtuais, caixas de som bluetooth etc. Os dados coletados são analisados e repassados para instituições governamentais ou para o setor privado.

Nos documentos que vazaram, aos quais o Grayzone teve acesso, a empresa procura demonstrar para algum comprador em potencial (o qual não fica claro nos vazamentos), a forma de funcionamento de sua ferramenta e a sua capacidade. Em um estudo de caso, a empresa analisou os movimentos de mais de cem mil usuários de celulares que viajaram para a Coreia do Norte durante um período de 14 meses, entre eles cidadãos norte-americanos.

Segundo o Anomaly 6, a Coreia do Norte foi escolhida por ser uma localidade em que é extremamente difícil, “senão impossível”, realizar o rastreamento da posição e acesso de forma precisa.

No entanto, a precisão que a ferramenta consegue é impressionante. A título de exemplo, a empresa demonstra que foi capaz de rastrear os passos de um especialista em física nuclear residente nos EUA. Segundo os dados apresentados, ele teria feito várias viagens para a Coreia do Norte entre março e agosto de 2019. Em várias dessas viagens, ele foi localizado em instalações que seriam sensíveis para o governo norte-coreano, como uma residência construída especialmente para o antigo líder norte-coreano Kim Il Sung, a qual é repleta de sistemas de segurança de rápida reação. Outro local também visitado seria uma instalação subterrânea em região montanhosa próxima à cidade de Pyongyang. 

A empresa afirma que isso não quer dizer que ele esteja comprometido com o governo da Coreia, mas que ele poderia estar comparecendo a essas reuniões a mando dos EUA, e o fato de ele poder ser rastreado dessa forma representa um perigo para os norte-americanos. 

Apesar disso, o cientista negou veementemente para a equipe de reportagem que ele ou o seu telefone já tenham estado alguma vez na Coreia do Norte. Segundo ele, a Anomaly 6 teria efetivamente rastreado o telefone dele em 2019, então é bastante inconsistente que eles apresentem tal informação incorreta. Isso também é um demonstrativo de que as ferramentas empregadas pela empresa podem ser utilizadas para falsamente incriminar algum cidadão.

A empresa afirma que, além do acadêmico, há centenas de outras pessoas que foram rastreadas por eles com livre acesso a regiões inacessíveis da Coreia do Norte. Entre eles, estão usuários de dispositivos de “países amigos”, membros da rede de espionagem global Five Eyes e cidadãos da França e Alemanha. Eles afirmam: 

“Isso fornece aos nossos serviços de inteligência vários vetores para encontrar pessoas com colocação e acesso a terrenos negados na Coreia do Norte [e] pontos de partida acionáveis ​​para o desenvolvimento de fontes e atores cooperativos que podem ser encarregados de atender aos requisitos prioritários de informações em apoio à o [governo dos EUA] e esforços aliados”.

Os documentos analisados ainda mostram que, devido a uma altíssima precisão dos dados coletados por suas ferramentas (o que inclui o piso do prédio em que se localiza o sujeito, provedor de telecomunicações, marca e modelo do celular, situação da bateria e outros), e que esses serviços também foram oferecidos para agências espionagem do governo britânico. 

É evidente que outros clientes em potencial serão e já foram procurados pela empresa, cujo sítio da internet é apenas uma única página com o seu nome, endereço de correio eletrônico e cidade onde é localizada. Como esse, existem muitos outros serviços e sistemas empregados todos os dias pelas agências de espionagem dos países imperialistas para vigiar e perseguir a população. Uma importante fonte de rastreamento são também as redes sociais, que fornecem as informações nelas preenchidas para todos esses órgãos governamentais. O incentivo à censura e a vigilância constante do que é publicado por todos nas redes é também uma forma que se tem de controlar e manipular o que fazem as pessoas no mundo todo.

Essa espionagem realizada sem o consentimento da população é totalmente ilegal e criminosa. É uma demonstração de como operam os países imperialistas para defenderem os interesses econômicos da burguesia e para sabotarem seus inimigos. 

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