Intervenção desastrosa

Haiti passa por uma nova epidemia de cólera

O primeiro surto de cólera em 2010 veio de soldados da ONU, que só contribuíram para a exportação do vetor e repressão da população haitiana.

Em Porto Príncipe, segunda-feira (28), o Ministério da Saúde e População do Haiti (MSPP) registrou 223 mortes por cólera no país caribenho (teleSUR), incluindo as mortes da Penitenciária Nacional, a maior prisão do Haiti, localizada na capital. Já são 1003 casos de contágio confirmados, fora os casos que não foram notificados pelo governo, 11.889 casos suspeitos, pelo menos 10.200 pessoas foram tratadas em hospitais. Do total de mortos, somente 149 estavam hospitalizados. 

Após mais de três anos sem notificações, o primeiro caso detectado foi em 1º de outubro, quando houve um bloqueio no principal terminal petrolífero de Varreux, localizado a sudoeste da capital, Porto Príncipe. O terminal fornece a maioria dos produtos petrolíferos consumidos no Haiti. O bloqueio foi feito por grupos populares armados que se rebelaram contra o governo.

Crianças entre 1 e 4 anos são as mais afetadas, seguidas de jovens entre 20 e 29 anos, pois há insegurança alimentar no país. O governo se exime dessa responsabilidade além de ser insuflado pelo imperialismo, recebendo armamentos e veículos de guerra, dos EUA e Canadá, para serem usados contra os civis que se revoltarem.

noticiamos neste Diário que, de acordo com a população, o atual presidente “é incapaz de resolver os problemas de inflação, insegurança e organização de eleições”. O ano de 2010 continua aceso nas mentes da população haitiana, quando o primeiro surto de cólera atingiu a ilha, doença que não existia e foi trazida pelos ‘capacetes azuis’ da ONU. Os detritos do esgoto das bases onde estavam concentrados os soldados da ONU eram jogados diretamente em um dos principais rios da ilha, quando oficialmente 10 mil pessoas morreram da doença e 800 mil foram infectados. Especialistas de vários países, no entanto, dizem que o número de mortos foi bem maior, podendo ter ultrapassado 50 mil mortes.

O epidemiologista Renaud Piarroux afirmou que “o foco infeccioso partiu do campo dos nepaleses”; “o ponto de origem está precisamente localizado” e “a explicação mais lógica é a introdução maciça de material fecal no curso do rio Artibonite de uma só vez”. (Diplomatique)

Bilhões de dólares em armamento foram enviados pelos Estados Unidos para manter o conflito entre a OTAN e a Rússia em território ucraniano, além dos valores gastos com os armamentos enviados ao presidente haitiano, Ariel Henry. Além disso, o imperialismo tenta desviar o foco de uma tragédia que acontece na ilha vizinha ao Haiti, Cuba, onde se localiza o campo de concentração de Guantánamo que completa 20 anos desde sua criação, desrespeitando leis internacionais e nacionais dos Estados Unidos sobre direitos humanos.

A política identitária do imperialismo, no que diz respeitos às vidas dos negros, é apenas demagogia para aparecer na imprensa. Não tem a menor intenção de ajudar a população haitiana com seus problemas de insegurança alimentar, acesso à água ou saneamento, e impõe ao povo haitiano um governo que deixa a população na mais terrível miséria, Ariel Henry, que é mais um presidente títere nas mãos do imperialismo americano. Impõe também constantes intervenções da ONU.

O imperialismo americano tenta chamar a atenção para as ilegalidades dos outros. Se aproveitando de que os olhos do mundo estão voltados para a Copa do Mundo do Catar, país do Oriente Médio localizado na Península Arábica. Notícias falsas foram publicadas pelo The Guardian e até hoje são disseminadas pelo público nas redes sociais a respeito de possível violação de direitos humanos no pequeno país.

A grande imprensa manipula as informações e leva as pessoas a concentrarem sua atenção naquilo que o imperialismo quer que seja notícia.

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