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Arte e Revolução

Guilherme de Almeida, poeta do Modernismo brasileiro

Rui Costa Pimenta fala sobre a poesia de um dos grandes poetas modernistas

Foi ao ar o quinto episódio, dia 24, do programa Arte e Revolução. Este mais novo programa de arte e cultura transmitido pela COTV no YouTube, que conta com a participação dos companheiros Rui Costa Pimenta, Natália Pimenta, Antônio Vicente e Henrique Áreas, tem como objetivo traçar uma ampla discussão em torno da Semana de Arte Moderna de 1922, seus principais representantes e os seus desdobramentos, desse que foi o maior acontecimento artístico da América Latina no século 20, na cultura nacional. Discussão essa pautada pelo fio condutor da perspectiva materialista de análise da história e da arte.

O tema desse mais novo episódio girou em torno, principalmente, da produção poética de Guilherme de Almeida. Inicialmente, o companheiro Rui Costa Pimenta esclareceu que, embora modernista, Guilherme de Almeida (1890-1969) não era em si um inovador se compararmos a produção deste escritor a de Oswald de Andrade, por exemplo, mas um virtuose, isto é, um profundo conhecedor de inúmeras técnicas de concepção artística, além de um prolífico tradutor. Foram mais de treze traduções ao longo de sua vida.

A seguir, chamou atenção para os dois pontos fundamentais que determinaram o afastamento do poeta da ideia vanguardista professada pelos modernistas. Em primeiro lugar, politicamente falando, segundo Rui Pimenta, “ele evoluiu para uma posição à direita” e ele “foi “um porta-voz poético na Guerra civil de São Paulo ocorrida em 1932”. E aproveitou para comentar a respeito da confusão que setores da esquerda costumam incorrer quando discorrem a respeito desse acontecimento, liderado pela burguesia paulista, contra os ditames ditatoriais de Getúlio Vargas. Vale lembrar, como levantado no programa de número 4: Do Modernismo ao Integralismo, os desdobramentos da Semana, que resultaram no ingresso de artistas tanto para a direita, quanto para a esquerda, reflete o acirramento da luta de classes que se intensificou no começo da década de 30 do século passado no Brasil e no mundo.

Em segundo lugar, esse afastamento se deu devido “o próprio domínio que ele, (Guilherme de Almeida), tinha da arte do verso, o que o levava a formas mais convencionais” de produção literária, o que pode ser percebido na sua “propensão e um gosto para a rima”. O que demarca assim o aspecto conservador de sua poesia.

Ainda em sua análise, Rui Pimenta declara que não é a forma, mas o conteúdo o principal problema na poética de Guilherme de Almeida ao destacar que “seus temas são muito convencionais, sua poesia não trata sinceramente de uma experiência de vida”, apesar de não deixar de afirmar a competência literária deste que é um dos mais reconhecidos poetas brasileiros do século 20.

Diferentemente do que acontece em outras discussões referentes à arte e à cultura em que vigoram no debate o esvaziamento crítico e as picuinhas literárias, Rui Costa Pimenta elenca três poemas, e vale lembrar que Guilherme de Almeida construiu uma volumosa obra composta de vinte e sete livros, para apresentar algumas de suas características literárias. Entre eles, retirado do livro Meu o poema Mormaço:

Calor. E as ventarolas das palmeiras

E os leques das bananeiras

Abanam devagar

Inutilmente na luz perpendicular.

Todas as coisas são mais reais, são mais humanas:

Não há borboletas azuis nem rolas líricas.

Apenas as taturanas

Escorrem quase líquidas

Na relva que estala como esmalte.

E longe uma última romântica

– uma araponga metálica – bate

O bico de bronze na atmosfera timpânica

Em que consta a maior expressão modernista do autor. Sem nos esquecermos também da sua poesia patriótica e, em outros momentos, o caráter popular, cotidiano, presentes em seus trabalhos.

Para assistir a esse episódio na íntegra, basta acessar o link https://youtu.be/hfib-1DpJ0U e conferir também a contribuição dos demais companheiros na discussão. Lembrando que o programa Arte e Revolução vai ao ar às terças-feiras, às 19:30, no canal da COTV. Desse modo, não deixe de curtir, se inscrever e compartilhar este programa que tem por objetivo lançar luz sobre a riquíssima produção artística produzida em nossas terras.

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