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Em Pernambuco

Grupo nazista mostra a necessidade da autodefesa no campo

Frente à ofensiva da burguesia, é preciso organizar os trabalhadores para defender os seus interesses enquanto classe

O Brasil passa por uma polarização importante e, nesse cenário, o papel de todos os organismos e entidades de esquerda, bem como do partido operário, é unificar a luta dos trabalhadores urbanos e rurais à nível internacional. A polarização é o momento social no qual as classes em consciência começam a se posicionar no tabuleiro e, assim sendo, começam a agir em prol das ideias que os norteiam de forma organizada ou não.

A direção do MST-PE publicou uma nota para descrever os ataques feitos por um grupo fascista na madrugada do último sábado (12) no Centro de Formação Paulo Freire, localizado no assentamento Normandia. Por volta das três da madrugada, um grupo nazista entrou no centro e vandalizou o local, pichando suásticas e a palavra “mito”. Além disso, aumentaram a força do ataque queimando a casa da coordenadora do Centro.

Esse centro já vendo sendo alvo predileto de agrupamentos fascistas já há algum tempo, tanto em redes sociais como em ações de fato. Em 2019, no primeiro do governo Bolsonaro, o grupo moveu uma ação de despejo contra o centro, algo que foi derrotado e não teve prosseguimento.

O centro é uma conquista da luta rural pela emancipação dos trabalhadores do campo contra os latifundiários. O local foi conquistado por duras lutas travadas e, em 19 de maio de 1987, foram adquiridos 556 hectares para Reforma Agrária. O local, então, foi intensamente desenvolvido pelo MST e conta hoje com mais de 52 alojamentos e um auditório para mais de 1000 pessoas, sendo considerado como um do maiores centros de educação do Nordeste.

O local é referência em ensino e possui parcerias com universidades e outros centros científicos, como UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco), UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) e a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz). Um dos principais cursos lá ministrado, dentre uma infinidade, é o curso Pé no Chão (Curso Técnico de Práticas em Agroecologia).

Ao invés de limitar-se a uma nota, a direção do MST deve criar comitês de autodefesa dos trabalhadores rurais, unidos a grupos de autodefesa dos trabalhadores urbanos. É preciso, neste momento de enorme polarização, intensificar a organização camponesa. O MST sabe, por experiência e teoria, que as conquistas somente se dão através de muita luta, e a luta organizada e consciente é a única capaz de proteger os trabalhadores e formá-los para enfrentar a ascensão fascista.

Os comitês de auto defesa são importantes e formam o caminho inicial da organização de trabalhadores. Justamente por isso é fundamental criar as condições necessárias para armar os comitês e formar soldados que defenderão firmemente os interesses dos trabalhadores contra os patrões.

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