Crise

Greve ferroviária em Portugal é reflexo da crise imperialista

Crise imperialista vai chegando ao ápice e impulsiona milhares de sindicatos a convocar trabalhadores à luta

Trabalhadores ferroviários dos Estados Unidos e diversos países da Europa vêm fazendo greves e paralisações há um mês em busca de melhores condições de trabalho e salários. Seguindo a tendência dos países avançados, os ferroviários portugueses foram além dos ferroviários dos Estados Unidos, Reino Unido e França, causando grande paralisação às vésperas das festas de Réveillon. A adesão à greve chega à 80%, mais de 1100 trens, de acordo com os sindicatos dos trabalhadores da Comboios de Portugal (CP) e da Infraestruturas de Portugal (IP). Apenas os serviços básicos de manutenção e logística de suprimentos essenciais estão em circulação.

“A adesão dos trabalhadores ronda os 80%, os restantes estão a trabalhar porque têm que cumprir os serviços mínimos”, adiantou António Pereira, dirigente do Sindicato Independente Nacional dos Ferroviários (SINFB), que integra a plataforma de vários sindicatos que representam os trabalhadores da CP e da IP e que convocou dois dias de greve, hoje e segunda-feira (Portugal Digital).

O presidente do Sindicato Independente dos Trabalhadores Ferroviários, das Infraestruturas e Afins (SINFA), António Salvado, também confirmou a “grande adesão à greve” por parte dos trabalhadores. “Só estão a realizar-se os comboios dos serviços mínimos, as bilheteiras estão praticamente fechadas pelo país inteiro. Há uma forte adesão, é uma grande greve”, ressaltou. Segundo o dirigente sindical, “as Infraestruturas de Portugal têm tolerância de ponto, mas até esta hora a adesão é praticamente de 100%” (Portugal Digital).

Os trabalhadores da CP e IP reivindicam aumento que seja capaz de repor as perdas financeiras de 2022 e reposição do ticket alimentação. A CP colocou uma nota na página da internet a alertar para a previsão de “perturbações na circulação de comboios, a nível nacional”, “com possível impacto nos dias anteriores e seguintes aos períodos de greve”, lamentando ainda os transtornos causados.

Comunicado extraído do sítio da CP.

Outras entidades que aderiram ao movimento foram: ASCEF – Associação Sindical das Chefias Intermédias de Exploração Ferroviária, a ASSIFECO – Associação Sindical Independente, o FENTCOP – Sindicato Nacional dos Transportes, Comunicações e Obras Públicas, o SINDEFER – Sindicato Nacional Democrático da Ferrovia, o SINFA – Sindicato Independente dos Trabalhadores Ferroviários de Infraestruturas e Afins, o SINFB – Sindicato Independente Nacional dos Ferroviários, o SIOFA – Sindicato Independente dos Operacionais e Afins e o STF – Sindicato dos Transportes Ferroviários (Portugal Digital).

Sindicalistas relatam que ocorre uma inflação jamais vista, espelhando a crise deflagrada pela ânsia dos Estados Unidos e OTAN tentar balcanizar a Rússia, numa empreitada de guerra mais decidida e organizada contra o país desde o final da Segunda Guerra Mundial. O esforço de guerra dos EUA contra a Rússia veio acompanhado de sanções que produziram forte revés econômico à Europa, pois o Kremlin respondeu às sanções com corte no fornecimento de insumos energéticos básicos e imposição do rublo como moeda de trocas comerciais, causando uma verdadeira debacle que surte efeitos ainda mais duros nos países atrasados membros da OTAN e da União Europeia.

A escalada de greves não para de crescer, antes mesmo das sanções à Rússia. Durante a pandemia a fragilidade do regime político imperialista frente aos trabalhadores revoltados, e uma ação de guerra que favorece apenas um punhado de membros da banca internacional, revela a crise terminal do imperialismo, especialmente do imperialismo europeu, que corre sérios riscos de se tornar uma colônia de luxo dos Estados Unidos, em face da abertura quase total de suas guardas para atender aos interesses de conquista territorial do comando central do imperialismo.

A nova crise pode levar Portugal a uma nova recessão desde 2008, quando o grupo chamado “PIGS” (Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha) entraram em profunda crise. O imperialismo vem encurtando os ciclos de crise, que sempre atinge mais fortemente os países atrasados. Essa crise de grandes proporções, com greves em diversos setores da economia tendem a se espalhar na Europa. Com Portugal sendo coagido a atuar contra a Rússia, a tendência é vermos mais manifestações e greves em setores estratégicos do país.

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