Após a reúncia da primeira-ministra Britânica Liz Truss, devido a crise econômica crescente na Inglaterra e em toda a Europa, essa crise segue crescendo e assumindo um aspecto social. As greves estouram no continente e chegam ao Reino Unido com a greve dos ferroviários. Liz Truss, queria ser a nova Margareth Tchatcher, a Dama de Ferro, e falhou miseravelmente ante a perspectiva da mobilização da classe operária inglesa, renunciando em menos de um mês e meio.
O governo conservador da Inglaterra, liderado por Liz Truss, já estava enfrentando greves de ferroviários na luta contra os ataques aos trabalhadores feito pelas empresas privadas que controlam uma das maiores malhas ferroviárias do mundo. O última investida contra os trabalhadores foi uma tentativa de impor uma lei anti greve que impõe que a categoria não paralise completamente durante dias de greve, um claro ataque ao direito básico dos trabalhadores.
O sindicato já denunciou a nova lei como uma tentativa de fazer “os trabalhadores contratados a furar a sua própria greve”. É algo que existe no Brasil desde a década de 1990 com o governo ultraneoliberal de FHC mas que em países mais democráticos, dada a organização da classe operária, ainda é um direito dos trabalhadores. A mera tentativa da remoção desse direito foi respondida pelos sindicatos com 2 dias de paralisação convocados para o mês de novembro.
A privatização dos trens ingleses foi um dos grandes ataques da classe operária nacional, iniciada durante o governo Margareth Thatcher. Foi uma medida extremamente impopular que afetou toda a classe operária britânica, que tem os trens como principal meio de transporte pelo país, e principalmente os operários ferroviários que deixaram de ser funcionários de uma empresa estatal para trabalhar nos monopólios privados do transporte. Jeremy Corbyn tinha como uma de suas pautas mais populares justamente a reestatização das ferrovias no país.
O secretário geral do sindicato nacional dos trabalhadores do transporte marítimo e ferroviários, Mick Lynch, afirmou: “nós não vamos aceitar essas leis anti sindicais injustas. Eu chamo todos os trabalhadores da Grã Bretanha a montar a mais ávida resistencia civil possível, no orgulho da tradição dos cartistas e das sufragistas”. Já o líder do Associação dos Trabalhadores do Transporte, Manuel Cortes, adicionou: “Nós vamos lutar com unhas e dentes contra qualquer tentativa de impedir que os nossos membros exerçam os seus direitos humanos”
O governo conservador atual se coloca frontalmente contra a classe operária inglesa, ante a enorme crise econômica que está levando milhões a fome e ao frio neste inverno eles escolhem uma nova Margareth Thatcher para governar o país. É basicamente uma declaração de guerra aos trabalhadores, uma promessa que não conseguiram cumprir. E agora se abriu um novo impasse, a própria eleição de Liz Truss já foi difícil e a próxima será ainda mais.
O caos que recaiu sobre o Reino Unido imposto pela governo imperialista está fortalecendo cada vez mais os movimentos independentistas da Irlanda e da Escócia. O regime político fez questão de golpear a esquerda na figura do Jeremy Corbyn, que em determinado momento era o favorito para vencer as eleições, mas não consegue enfraquecer completamente os movimentos de independência. Na Escócia o Partido Nacional é o mais forte e um novo referendo tende a acontecer no futuro próximo, na Irlanda é possível que a situação seja ainda mais radical pois o país é na prática uma colônia inglesa.
É preciso lembrar aqui a origem de toda essa crise, a guerra econômica e militar que acontece contra a Rússia. Toda a Europa depende do fornecimento do gás russo que chegava em massa o continente a preços muito baratos até o início de 2022. Contudo com o inicio da guerra da OTAN contra a Rússia em fevereiro em conjunto com as sanções que são uma verdadeira guerra econômica o preço do gás, e em conjunto da energia elétrica, aumentou exponencialmente. Isso se sobrepôs a crise que já havia se iniciado com a Covid se transformando em uma crise econômica gigantesca.
A política que o imperialismo tentou impor na Inglaterra por meio do governo Liz Truss foi a seguinte. Manter a guerra contra a Rússia a qualquer custo, não importa que o povo de um dos países mais ricos do planeta literalmente morra de fome e frio. Truss diversas vezes deixou claro que levaria a guerra contra a Rússia até o fim, e ela como Boris, foi derrotada pela Rússia, apoiada pela classe operária inglesa.
Algo que ficou claro durante o ano de 2022 é a luta da Rússia contra o imperialismo é a mesma luta da classe operária europeia contra o imperialismo. De fevereiro para agora as manifestações cada vez maires se tornaram manifestações unificadas contra a carestia e contra a OTAN, que é considerada corretamente a principal causa dessa crise. O caso Inglês é outro grande exemplo disso, Liz Truss era ao mesmo tempo inimiga dos trabalhadores ingleses e dos russos. É preciso unificar a luta de todos os povos da Europa e do planeta contra a ditadura mundial do imperialismo.




