Em 26 de abril do ano passado, no auge da pandemia, diversa famílias de forma criminosa foram expulsas de uma ocupação nas imediações do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). Os algozes também desejavam derrubar a escolinha do Cerrado. O ambientalista Thiago Ávila e outros ativistas foram até o local para impedir o despejo.
O Ministério Público condenou Ávila, pois alega que o despejo estava ocorrendo em decorrência do fato de que a área era de proteção ambiental do Lago Paranoá. Uma mentira descarada.
O Ministério Público pediu a condenação de até três anos de prisão, isso porque o promotor Roberto Carlos Batista, do MP do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), autuou pelo “crime de obstruir ou dificultar a ação fiscalizadora do Poder Público no trato das questões ambientais”.
A condenação de Thiago Ávila beira o absurdo: Thiago e outros ativistas se fizeram presentes para impedir o despejo e a derrubada da Escolinha do Cerrado e proteger as famílias em um momento de calamidade pública que foi a pandemia.
Temos aqui um claro uso do chamado crime ambiental como um pretexto para esconder a verdadeira perseguição política aos ativistas do movimento. É preciso denunciar toda essa manobra é dizer que essas leis de “perfumaria” somente servem para ser usadas quando convém à burguesia. Nesse sentido, é preciso lutar pelas liberdades democráticas e tirar todo esse poder autoritário do Estado burguês.
Como resposta, a defesa do ambientalista alegou que sua atuação se deu em causa humanitária. Afinal, aquele período era o de maior mortalidade da pandemia e não havia alternativa de moradia para as famílias na ocupação em questão.
Essa é uma condenação política que atenta, inclusive, contra o direito de livre manifestação. Finalmente, ele estava lutando contra a desocupação que o Ibaneis estava fazendo de maneira desenfreada durante a pandemia.
Vale lembrar que, durante todo seu governo, Ibaneis perseguiu os movimentos sociais no DF, proibiu bandeiras com mastro em manifestações, atacou os professores em suas greves, despejou milhares de família em plena pandemia, entre muitas outras medidas fascistas.
Diante da situação, é preciso sair às ruas e defender Thiago Ávila e todos aqueles que se levantam contra as injustiças do poder estabelecido. É preciso denunciar a especulação imobiliária e dar casa para o povo pobre e esquecido pelo sistema. Nesse sentido, somente a mobilização vai colocar em xeque essa política de perseguição aos ativistas dos direitos democráticos e de toda a esquerda.