Nesta terça-feira( 5), o Ministro Edson Fachin, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almargo, assinaram o acordo de Procedimentos para a realização da Missão de Observação Eleitoral no Brasil, no qual delegados acompanhariam as eleições presidenciais de 2022. Francisco Guerrero, Secretário para o Fortalecimento da Democracia, também participou da cerimônia de assinatura.
Esse acordo é mais uma ferramenta golpista da burguesia brasileira submissa ao imperialismo americano. Ambos os órgãos planejam controlar as eleições de várias formas, sempre difundindo uma imagem de imparcialidade e eficiência para não perderem a credibilidade. Para o TSE e a OEA é preciso passar a imagem de eficiência, profissionalismo, transparência e compromisso com a democracia brasileira, mas, na verdade, é tudo uma farsa, pois ambos os órgãos estarão a serviço da política imperialista dos EUA, que precisam se fortalecer nesse momento de crise, sobretudo depois das derrotas no Afeganistão e na Ucrânia.
Como se os brasileiros não pudessem gerir e controlar as eleições. Edson Fachin expôs a farsa que é a independência do órgão diante dos interesses americanos, que são os principais responsáveis por diversos golpes na América, a exemplo dos recentes ocorridos na Bolívia e na Nicarágua, que ficaram impedidos de manter no poder um governo soberano:
“Este é mais um daqueles momentos importantes, em que a Justiça Eleitoral brasileira promove plena liberdade e autonomia para que a OEA possa realizar a sua missão de observação nas eleições gerais de outubro deste ano”, disse Fachin.
Por sua vez, Luiz Almagro também colaborou com a farsa que é essa parceria:
“O envio de uma missão para as Eleições Gerais de 2022 é um exemplo claro do compromisso desta Secretaria-Geral com a democracia em seu país e região”.
As manipulações desses órgãos submissos aos interesses imperialistas são realizadas das mais variadas formas. Em 2018, em pleno Golpe de Estado que lançou o país no fundo do poço, essas instituições eram coautoras da perseguição ao ex-presidente Lula, peça-chave no momento para dissolver o golpe e trazer o país para o rumo do desenvolvimento. Lula fora condenado sem provas, perdeu o direito de ser julgado até a última instância, fora atacado centenas de vezes com notícias falsas, perdeu o direito de habeas corpus, de se candidatar, enfim, os diversos atos de corrupção e manipulação levaram ao poder o fascista Jair Bolsonaro(PL), que hoje demonstra rebeldia com a burguesia, mas no fim das contas é um soldado dela, que poderá novamente o apoiar para derrotar Lula.
Diante da crise política dos Estados Unidos como potência imperialista no xadrez da geopolítica com a China e a Rússia, dominar o Brasil e colocar na sua presidência um capacho, à la presidente Boric do Chile, é fundamental nessa disputa. Por isso, não será fácil a vitória de Lula, senão com muita luta e mobilização popular nas ruas para elegê-lo, pois a caixa de ferramentas golpistas da burguesia, com falsa pinta de transparência, será aberta: com uma dessas ferramentas, que é o falso combate do STF às mentiras, a burguesia já começa a controlar a internet e dar mais apoio aos meios de comunicação hegemônicos. Além disso, já está em foco também a operação ilegal e absurda de compra de votos para reeleger Bolsonaro, que não deixa de ser um dos candidatos da burguesia.
Enfim, em pleno recrudescimento da crise imperialista, é preciso continuar denunciando o discurso e ações-farsa dessas instituições e organizar o povo nas ruas, pela eleição de Lula e por um governo dos trabalhadores!