Marcar Pelé nunca foi tarefa fácil para ninguém. Mesmo os maiores zagueiros se viam em situações difíceis para anular o maior jogador da história. O zagueiro Giovanni Trapattoni, considerado um dos maiores zagueiros da história do futebol Italiano, eternizado vestindo a camisa do Milan, teve a sua oportunidade.
Em maio de 1963, a Itália recebia o Brasil para um amistoso na cidade de San Siro. Trapattoni, o já famoso zagueiro, estava com uma difícil missão: marcar o então bicampeão mundial Pelé. Trapattoni conseguiu anular por 26 minutos Pelé, até que o gênio da camisa canarinho pedisse a substituição e desse lugar ao jogador Quarentinha – a quem o zagueiro marcou com mais facilidade ainda. Os azzurri, o nome dado à seleção italiana de camisa azul, venceram os brasileiros por 3 a 0.
Giuanìn, apelido dado ao zagueiro e volante, jamais vangloriou do ocorrido. Afirmou que Pelé era “um marciano” e que o camisa 10 canarinho “estava sem condições físicas naquele dia, meio cansado”. Em 2000, Pelé em uma entrevista o brasileiro afirmou que havia sido vítima de uma forte dor de estômago no dia do amistoso e que, por questões contratuais, teve de participar do duelo pelo menos por alguns minutos.
Alguns meses depois, Trapattoni e Pelé se reencontraram. A verdade tarda mas não falha, e o Santos de Pelé era imbatível. Em outubro e novembro de 1963, Milan e Santos disputaram a decisão do Mundial Interclubes e, dessa vez, Giovanni não foi capaz de segurar o brasileiro. Pelé traria o bi-campeonato mundial para o Brasil. Ainda que o lombardo tenha anotado um gol na partida de ida da competição, o alvinegro praiano ficou com a glória. Depois de um triunfo por 4 a 2 para cada um dos lados, os santistas venceram o desempate por 1 a 0. Pelé marcou duas vezes nesses jogos.
Um dos melhores zagueiros do mundo, atestado por Pelé, também não conseguiu segurar o melhor jogador do mundo, o gênio indomável.