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Washington Brazil Office

George Soros cria a sua própria esquerda brasileira nos EUA

Think tank formado por representantes de movimentos sociais é fundado com financiamento da Open Society e de organização patrocinada pela Fundação Ford

Na última segunda-feira (31), setores da esquerda brasileira anunciaram a criação de um think tank nos Estados Unidos. Chamado de Washington Brazil Office (WBO), o escritório, como o nome diz, está localizado em Washington e lançará boletins semanais e podcasts quinzenais em inglês com análises sobre as eleições de 2022.

Segundo o site do WBO, a organização possui programas voltados para “a liberdade de expressão, as mudanças climáticas, a igualdade racial, a diversidade sexual e de gênero, o fortalecimento da proteção de lideranças sociais e o cumprimento de objetivos sustentáveis da Agenda 2030”.

No Conselho Consultivo do WBO estão 25 organizações brasileiras. Dentre elas, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST); o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST); o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB); o Greenpeace Brasil; o Instituto Marielle Franco; o Instituto Vladimir Herzog; a APIB; entre outros.

Somente pelo quadro de parceiros, já é possível concluir que se trata de um projeto político pró-imperialista, uma enrascada. Afinal, como revelado por este Diário, Guilherme Boulos, líder do MTST, tem ligações concretas com o imperialismo através do IREE, que é apoiado pelo Global Americans, think tank financiado pela CIA por meio do National Endowment for Democracy (NED). E isso define a sua política.

Os “embaixadores” da organização são Sonia Guajajara (PSOL e APIB), Jean Wyllys (ex-PSOL, hoje PT), a cantora Daniela Mercury e os atores Wagner Moura e Gregório Duvivier.

Além destas breves notas, é importante analisarmos quem financia este grupo. Afinal de contas, no capitalismo, é o dinheiro que dita tudo, inclusive a política e as ações de determinada organização. Nesse sentido, o objetivo declarado pelo WBO pouco importa frente à lista de investidores do projeto.

Primeiramente, temos a Open Society. Fundada pelo bilionário “filantropo” George Soros, a organização tem como principal objetivo impor a política imperialista sobre os países atrasados. Há 30 anos, Soros utiliza sua fortuna para financiar golpes de estado pelo mundo, sempre sob a fachada da democracia, dos direitos humanos etc.

À título de exemplo, a Open Society financiou  diretamente o golpe na Ucrânia e, posteriormente, participou na consolidação de um governo de extrema-direita no País. Ela atua contra todos os governos nacionalistas e é proibida, por exemplo, em Cuba, por seu papel de desestabilização em tentativas de mudanças de regime.

Além da Open Society, no site do WBO consta financiamento por parte do Instituto Galo da Manhã, associação ligada ao Grupo de Institutos Fundações e Empresas, o Gife.

O Gife funciona de maneira similar à Open Society e tem ela como um apoiador institucional. Além de também aparecer no escândalo Boulos-Warde, o grupo é publicamente ligado à Fundação Ford. O Conselho de Governança do GIFE é formado, por exemplo, por Adriana Barbosa (Feira Preta), Atila Roque (Fundação Ford), Gilberto Costa (JP Morgan), Mônica Pinto (Fundação Roberto Marinho) e Virgílio Viana (Fundação Amazonas Sustentável).

Durante o lançamento virtual do projeto, James Green, presidente do escritório, complementou ainda mais a caracterização política do WBO. Ele afirmou, segundo a Carta Capital, que o projeto foi baseado em outras experiências que possuem ligações ainda mais claras com o imperialismo, como o Washington Office on Latin America (WOLA). Segundo o site da organização, na Venezuela, por exemplo, a WOLA desenvolve projetos de defesa dos direitos humanos ─ o alvo, como sempre, o regime chavista. Além disso, é a criadora de um blog destinado a esse objetivo, atacando o governo de Nicolás Maduro constantemente.

“Essa ideia foi construída com base em trabalhos anteriores de ONGs em Washington, como Center for Economic and Policy Research, Amazon Watch e Washington Office on Latin America, juntamente com brasileiros e outros que trabalharam com aliados no Congresso para influenciar políticos dos Estados Unidos em relação ao Brasil”, admite o americano.

Fundamentalmente, esse setor da esquerda pode até mesmo não perceber (esperamos que seja ingenuidade), mas está se associando ao maior inimigo da classe operária, o imperialismo estadunidense.

Vale lembrar que este é um caminho já trilhado no Brasil durante o golpe, com a Operação Lava Jato. Moro, um dos principais articuladores do esquema fraudulento, foi treinado diretamente pelos Estados Unidos para atacar a soberania do Brasil. O problema é que, naquele episódio, quem atuou em associação com o imperialismo foi a direita. Agora, é a esquerda!

No que diz respeito à mão de organizações “humanitárias” como as que financiam o WBO, tivemos o caso de Dallagnol que, segundo conversas vazadas, articulou os pormenores da campanha ideológica da Lava Jato em parceria com Bruno Brandão, Diretor da Transparência Internacional, mais um órgão destinado à vigília sagrada dos direitos humanos pelo imperialismo.

Trata-se de uma política extremamente equivocada por parte da esquerda. Alguns desses setores, como MTST e Instituto Marielle Franco, têm públicas relações com as fundações imperialistas, como a Fundação Ford (no caso do MTST) e a Open Society (no caso da FMF).

O grande problema é que, dirigidas pela esquerda pequeno-burguesa, essas organizações acabam sendo jogadas na fogueira e sua base fica na mão desses interesses de colaboração com o imperialismo. O problema da crise de direções no movimento popular nunca chegou a um poço tão fundo, a ponto de diversos desses serem estarem sendo cooptados pelo imperialismo.

Qualquer tipo de relação, que invariavelmente é de dependência, com a burguesia imperialista representa uma verdadeira capitulação diante da maior máquina de matar trabalhadores de toda a história da humanidade, o imperialismo.

A esquerda deve se manter completamente independente do imperialismo, tanto no campo material quanto ideológico. Essa é a única maneira de permanecer ao lado dos trabalhadores e dos oprimidos do Brasil e do mundo, pois tais fundações e instituições “filantrópicas” estão do outro lado do front: o lado inimigo.

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