A suposta luta contra o fascismo, personificada na figura do presidente ilegítimo Jair Bolsonaro e levada adiante pela esquerda pequeno-burguesa, se mostra a cada dia uma grande farsa.
Enquanto Bolsonaro faz sua costumeira demagogia patriótica no bicentenário da independência nacional, privatiza a Eletrobras, entrega refinarias da Petrobras e a base de Alcântra para o imperialismo, os pequeno-burgueses atacam nossa história e choram horrores nas redes sociais com o patético termo “imbrochável”, presente em seu discurso.
Porém o fator mais escandaloso da ignorância ou mal caratismo da esquerda pequeno-burguesa está na crença de que a burguesia, ou parte dela, faz parte dessa luta.
Além do que já foi citado, há um total silêncio a respeito dos bilhões gastos em forma de auxílio e subsídios, aprovado inclusive por parlamentares de esquerda, para que Bolsonaro possa simplesmente comprar uma maior parcela do eleitorado brasileiro.
Dentre as medidas eleitoreiras do atual presidente está a baixa do preço dos combustíveis. Na última segunda-feira, dia 19, a Petrobras anunciou uma queda no preço do diesel. A partir do dia 20, o litro vendido às distribuidoras passará de R$ 5,19 para R$ 4,89. No início do mês de setembro, o litro da gasolina também caiu de R$ 3,53 para R$ 3,28. O gás de cozinha e o etanol também apresentaram reduções, as maiores do último período.
Esse panorama mostra claramente uma concordância entre Bolsonaro e a burguesia, enquanto o primeiro gasta bilhões em compra de votos através de benefícios, os parasitas maiores concedem uma relativa baixa nos valores desses produtos.
Os combustíveis são essenciais para a sobrevivência da população, o aumento do preço afeta a todos, sem exceção. A diminuição repentina exatamente no período eleitoral só deixa claro que a burguesia manipula esses valores para o benefício político de Bolsonaro, literalmente deixando a chama acesa para o caso da terceira via não vingar.
Muitos se enganam a respeito da política do atual presidente, pintam o fascismo de maneira geral, como algo alheio a burguesia. Quando a democracia burguesa não é suficiente para oprimir a população, apela-se ao fascismo. Bolsonaro nem sequer pode ser considerado um fascista, somente discursou e falou uma série de asneiras, mas não colocou em prática tudo que disse para ser eleito. Trata-se apenas de um político burguês convencional na realidade, mas com um discurso de extrema-direita. Nada além do que a terceira via representa.
A burguesia atualmente gostaria de algum representante ligado ao discurso identitário, porém mais eficiente nas questões econômicas que lhe interessam, como privatizações de todo o tipo. Simone Tebet seria a pessoa perfeita, porém, se sua candidatura caminhar para o fracasso, Bolsonaro se apresenta como opção também.