Na manhã de ontem (5), o Rio de Janeiro foi tomado mais uma vez pela mobilização dos garis. Os trabalhadores da limpeza urbana estão em greve e vêm realizando manifestações há vários meses, reivindicando principalmente os 25% de reajuste salarial e 25% de reajuste no tíquete alimentação. Nas últimas semanas, a mobilização tem se radicalizado cada vez mais, com a realização de atos frequentes e cada vez mais ousados.
A manifestação contou com cerca de 300 pessoas e partiu da Central do Brasil rumo à Zona Sul. Os garis foram todos de metrô até a estação de Copacabana e de lá marcharam alguns quilômetros até o posto 9, já em Ipanema. O ato contou com a participação do PCO e da Bateria Popular Zumbi dos Palmares, muito conhecida e querida pelos garis, que transformam a bateria num espetáculo de agitação política ao se juntarem. Desde os primeiros atos dos garis, a bateria tem sido uma verdadeira atração, juntando a militância do PCO com os trabalhadores, que se agregam no entorno dos instrumentos.
A revolta dos garis têm resultado numa sequência incansável de manifestações. Os trabalhadores têm organizado piquetes nos locais de trabalho e pretendem levar a greve com afinco. O prefeito golpista Eduardo Paes não quer negociar e já chamou os garis de “baderneiros” e “terroristas”, atacando diariamente a categoria. Por outro lado, também não se pode contar com o sindicato porque são pelegos filiados à UGT, conhecida central patronal e que queriam acabar com a greve.
Neste sentido, cabe aos trabalhadores manter de pé as mobilizações e intensificá-las cada vez mais. A esquerda deve apoiar não só a mobilização, mas também a manutenção da greve até que todas as reivindicações dos trabalhadores sejam atendidas. Os trabalhadores devem montar seu comandos de greves para organizar a mobilização e não deixar na mão dos sindicalistas pelegos.
O caso dos garis, da mesma forma com os professores e várias outras categorias, demonstram a crise do regime político e da situação econômica, cada vez mais insustentável. As manifestações dos garis irão continuar e os próximos passos já foram marcados: hoje (6), às 10h haverá um ato em frente à Comlurb (Rua Major Ávila, 358), na Tijuca e às 14h os garis irão se juntar ao ato dos professores em frente à Prefeitura, na Cidade Nova, seguindo a tendência de mobilização.
Todo apoio à greve dos garis!