O rompimento do teto de gastos proposto pelo governo Lula causou um estardalhaço na burguesia. Assim como brincou Lula, “a bolsa caiu e o dólar subiu” com as declarações do futuro presidente, o qual afirmou nunca ter visto um mercado tão “sensível” quanto no Brasil.
O teto de gastos limita os gastos de diversos setores da sociedade brasileira, como saúde, educação e tudo o que sair do Tesouro Nacional. A medida faria com que se limitasse os gastos do governo com esses setores para que o resto fosse para o bolso dos banqueiros, da burguesia e do imperialismo.
Apesar da “sensibilidade do mercado”, Lula não deu sinais de que voltaria atrás na questão de furar o teto. Por um tempo, os especuladores insistiram em fazer a bolsa cair e o dólar subir, com a esperança de que isso mudaria algo, mas não foi o que aconteceu.
Nesse ponto é importante notar que a bolsa de valores é apenas uma maneira de fazer dinheiro que não existe, estando completamente na mão dos especuladores que podem fazer ela subir, descer, sentar, dar a pata ou se fingir de morta como bem entenderem. Atualmente, ela também tem servido como uma espécie de pesquisa de opinião da burguesia, uma vez que expressa seus frágeis sentimentos quanto a declarações de líderes importantes e outros acontecimentos mundiais.
Isso significa que, se Lula fala contra a responsabilidade fiscal, os especuladores fazem a bolsa cair e o dólar subir; se Lula fala minimamente a favor, como ocorreu na semana passada (uma frase completamente distorcida pela imprensa), então o contrário acontecesse, num indicativo de que a burguesia tem um controle total e absoluto sobre os índices.
Depois de tanto insistir e perceber que não havia muito para onde correr na questão do teto, a burguesia, por meio da imprensa burguesa, já prepara suas opiniões sobre outros métodos de “responsabilidade fiscal”, afirmando que o teto é algo atrasado mesmo e que possui diversas falhas. Já começam, então, a dizer como devem ser os novos métodos para garantir que o dinheiro do Estado não vá para o povo.
Sendo o Teto de gastos ou qualquer outra medida, o certo é que, na realidade, nenhum impeditivo deveria existir para se gastar dinheiro com o povo.
Os governos Temer e Bolsonaro trabalharam com o teto (no máximo driblando-o para atender a pontos específicos motivados por pura demagogia, e mesmo assim com muito chiado da burguesia), vemos hoje o resultado de toda a responsabilidade fiscal de ambos: milhões em verbas cortadas das universidades, dezenas de empresas estatais sendo privatizadas, sucateamento de diversos outros setores, como saúde e infraestrutura — tudo isso se deve aos tubarões capitalistas que fazem de tudo para colocar o dinheiro em seu bolso, não no povo.
O fato é que Lula deve fazer um governo para os trabalhadores e, portanto, é fundamental colocar um fim ao teto de gastos. Não só isso, é fundamental também não se curvar à burguesia e nem aceitar qualquer método alternativo de impeditivos para gastar o dinheiro do Tesouro. Afinal, esse dinheiro deve ir para a população e para o melhoramento da vida dos brasileiros. É necessário, sim, romper o teto e passar por cima de toda a burguesia, afinal, o investimento precisa ser feito na população trabalhadora do País.
