O presidente da República Jair Bolsonaro (PL), fruto do Golpe de Estado arquitetado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Supremo Tribunal Federal e toda burguesia golpista do centrão, vem cotidianamente escancarando a manipulação das próximas eleições presidenciais.
Toda a burguesia brasileira se preocupa com sua cria usada para derrotar o PT nas eleições de 2018. Na sua última live, o presidente informou que existe uma portaria do Ministro Barroso segundo a qual as Forças Armadas poderão participar das eleições para “controlar”, além de assegurar sua ‘transparência”.
Nesta quinta-feira, 12, uma fala do presidente do TSE, ministro Edson Fachin, expôs ainda mais a crise no interior da burguesia quando se trata de Poder Executivo e Judiciário. Fachin mandou recado para Bolsonaro ao afirmar que “ninguém e nada” vai interferir no pleito presidencial de 2022, excluindo inclusive a participação das Forças Armadas, pois segundo Fachin as eleições dizem respeito à “população civil”.
“O Brasil terá eleições limpas e seguras, com paz e segurança, no dia 2 de outubro. Ninguém e nada interferirá na Justiça Eleitoral. Nós não admitiremos, do ponto de vista da Justiça Eleitoral, qualquer circunstância que óbice a manifestação da vontade soberana do povo brasileiro de escolher seus representantes”, disse Edson Fachin.
Como se o país estivesse esquecido de toda a lama planejada por todo o Supremo, STE e demais instituições da burguesia, Fachin disse cinicamente que “quem vai ganhar as eleições 2022 no Brasil é a democracia”.
Se as eleições de 2022 forem iguais às de 2018, certamente haverá manipulações e golpes, sobretudo contra o candidato da esquerda, Lula. Quando os interesses da burguesia falarem mais alto, Bolsonaro, Edson Fachin e todo STF, TSE e Forças Armadas estarão juntos novamente contra o povo brasileiro, numa ação golpista de fidelidade à burguesia para manter o golpe.
“A contribuição que se pode fazer é de acompanhamento do processo eleitoral. Quem trata de eleições são forças desarmadas. Portanto, as eleições dizem respeito à população civil, que de maneira livre e consciente escolhe seus representantes”, relatou Fachin, fazendo-se de “inocente”, pois em 2018 nenhuma dessas instituições deixou a população votar no seu principal candidato, Lula, mesmo tendo o direito para tal.
“Diálogo, sim. Colaboração, sim. Na Justiça Eleitoral, quem dá a palavra final é a Justiça Eleitoral. A Justiça Eleitoral está aberta a ouvir, mas jamais estará aberta a se dobrar, a quem quer que seja“, disse o ministro. Em 2018, a palavra final foi das Forças Armadas, através do General Vilas Boas.
As declarações hipócritas de Edson Fachin não pararam por aí. Segundo ele, “Quem investe contra o processo eleitoral investe contra a Constituição e a democracia. Isso é um fato, e fatos falam por si só. Quem defende ou incita intervenção militar está praticando ato que afronta a Constituição e democracia”.
Tudo isso foi proporcionado por ele e demais membros das cortes judiciárias brasileiras, numa operação vergonhosa, cujos autores deveriam ser todos punidos e exonerados de seus respectivos cargos, além de se estabelecer uma indenização dos ex-presidentes Lula, Dilma Rousseff e as eleições de 2018 anuladas. Bolsonaro não é único culpado por essa tragédia, ele é fruto do golpe proporcionado por essas instituições. A serpente do fascismo cresceu e os golpistas não estão conseguindo controlá-la, mas Bolsonaro pertence a eles e poderá novamente ser usado para manter o Golpe de Estado.
O TSE realiza agora diversos testes para “provar” que as urnas eletrônicas são confiáveis e seguras. Mas a burguesia pratica diversas formas de manipulações do processo eleitoral e, consequentemente, do seu resultado.
Todo processo eleitoral é fraudável e, para tentar diminuir a maior quantidade possível dessas manipulações, deve ter auditorias populares. As auditorias das urnas eletrônicas não são elaboradas e controladas pelo povo, pondo em xeque sua segurança. Elas serão feitas justamente por criminosos, cínicos e hipócritas que golpearam o país em 2018 e jogaram a população brasileira numa das maiores crises sociais e econômica dos últimos anos.
Está em disputa na burguesia quem irá coordenar as manipulações no processo eleitoral de 2022, mas é certo que todas as instituições estarão juntas novamente contra Lula e o Brasil.