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A volta do macarthismo

EUA obrigam artistas russos a ficarem contra seu próprio povo

Imperialismo faz as mais criminosas chantagens contra personalidades do mundo cultural para obrigá-las a se colocar contra a Rússia e seu próprio povo

Em derradeira decadência, o imperialismo norte-americano, não satisfeito em provocar uma guerra da Rússia contra a Ucrânia, agora faz diversas chantagens contra artistas russos simpáticos à ação de defesa do seu país. Para consolidar essa perseguição à Rússia, os Estados Unidos estão recorrendo à nefasta política macarthista para enquadrar ideologicamente essas personalidades.

Após prejudicarem a economia russa, usarem o povo ucraniano como bucha de canhão para atacar os russos, se utilizarem da grande imprensa hegemônica ocidental para manipular as informações sobre a guerra e sacrificar a verdade em nome de seu projeto criminoso de dominação, os Estados Unidos impõem uma política mundial de cancelamento contra os povos oprimidos.

O macarthismo, dirigido pelo senador americano Joseph McCarthy (1909-1957), foi uma política caracterizada pelo sectarismo anticomunista que vigorou durante os anos 50 do século XX, no período da chamada Guerra Fria. Na época essa política reacionária acusava adversários e fazia diversas insinuações sem provas, uma caça às bruxas que agora retorna para perseguir a Rússia e seus simpatizantes nessa guerra de autodefesa contra a OTAN e os países imperialistas.

Nessa terça-feira, sob forte perseguição ditatorial, para que se distanciasse de Putin, com quem mantinha relações desde 1992, e condenasse a Rússia, o maestro russo Valery Gergiev, 68 anos, um dos melhores do mundo, foi demitido da Filarmônica de Munique, onde estava desde 2015. Um ataque ao regente e ao mundo da música em geral. Ele havia recebido uma intimação do presidente da capital da Baviera, Dieter Reiter, para que se distanciasse “de modo claro e categórico” da Rússia. Mas o músico, que também é diretor-geral do Teatro Mariinsky, em São Petersburgo, permaneceu em silêncio.

Embarcaram na vergonhosa operação de censura e cancelamento do maestro, sob uma falsa solidariedade ao povo ucraniano, a Filarmônica de Paris, o Festival de Lucena e de Verbier, ambos na Suíça, o Festival de Edimburgo, na Escócia, o Carnegie Hall, em Nova York, e a Ópera do Estado Bávaro, na Alemanha, dentre outros.

Outra vítima da perseguição imperialista é a cantora soprano Anna Netrebko, que cancelou shows de ópera no Metropolitan, em Nova York.

Criticada por sua complacência com o governo de Vladimir Putin, e por ter se apresentado em 2015 com bandeira de separatistas pró-Rússia, a russo-austríaca Anna Netrebko anunciou que “não era um bom momento para me apresentar e fazer música. Espero que meu público entenda essa decisão”. Netrebko cancelou apresentações em Hamburgo, Milão e Zurique.

Essas atitudes arbitrárias dos Estados Unidos e de outras potências imperialistas deixam claro que a Rússia não é um país imperialista, pois se fosse não seria barbaramente atacada em sua economia e cultura. Quantas guerras os Estados Unidos fizeram, apoiados por diversos países ocidentais, e nunca foram punidos?

Essa guerra da Rússia deve ser apoiada por todos os países oprimidos e por quem se considera de esquerda. Apelar para o discurso de busca da paz quando imperialistas agem diária e cinicamente para desestabilizar a região, sem nenhum pudor ou preocupação com milhares de vidas que fatalmente são ceifadas, é apoiar o principal inimigo dos povos, o imperialismo.

Os Estados Unidos estão armando e treinando os ucranianos com a intenção de internacionalizar o conflito e continuar essa política macarthista de perseguição e isolamento da Rússia, que precisa de toda solidariedade e apoio nessa guerra de defesa contra nazistas e imperialistas.

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