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A vez e a hora de "Bolsogay"?

Entrevista de Eduardo Leite: burguesia já escolheu seu candidato?

Terceira via é a continuidade do golpe e burguesia parece que vai de Leite

eduardo leite privatização

O ex-governador gaúcho Eduardo Leite, também conhecido como ”BolsoLeite”, ou “Bolsogay”, vem se tornando um nome forte para liderar a campanha da terceira via. A princípio, seu colega tucano João Doria, o “BolsoDoria”, seria o nome mais provável devido ao controle da máquina do Estado de São Paulo. Hoje, em que há uma crise profunda no PSDB, o “Bolsogay” pode muito bem ser o escolhido em definitivo para ocupar esse papel.

BolsoDoria e Bolsogay ganharam esse nada benquisto anexo, “Bolso”, ao prestarem seu irrestrito apoio ao então candidato escolhido pela burguesia à presidência da republica lá pelos idos de 2018, ou seja, Bolsonaro. A dobradinha, que levou os dois a governadoria dos respectivos estados, atualmente já não se mostra mais como algo viável, dada a rejeição de Bolsonaro junto a opinião pública assim como junto a setores da direita e do imperialismo. Agora ambos lutam desesperadamente para descolar seus honrados nomes da figura execrável do nosso presidente.

Na data de ontem (5), o ex-governador deu mais uma daquelas entrevistas chapa-branca para o jornal direitista O Estado de S. Paulo. Isso logo após toda a crise instaurada dentro do PSDB que o colocou em choque com Doria e suas pretensões à eleição presidencial. Tal entrevista deixa a suspeita cada vez mais forte de que Eduardo “Bolsogay” Leite está em vias de ser escancarado como o candidato eleito pela burguesia para ocupar o posto de presidenciável da terceira via.

Um ponto na entrevista que chama a atenção é o momento em que Leite deixa claro que as prévias não são definitivas. Ele disse: “A convenção do PSDB é, segundo o seu estatuto, chamada a homologar ou não o resultado das prévias”. O seja, tudo indica que vão passar o rolo compressor por cima da decisão do partido nas prévias que escolheram BolsoDoria como o candidato do partido.

Uma outra passagem que fortalece os indícios diz respeito ao momento em que o ex-governador fala que “existem muitas pessoas que entendem que devo liderar esse projeto”. Por “muitas pessoas”, BolsoLeite diz que são “grupos empresariais e líderes de movimentos” que o tem procurado. Dentre essas “muitas pessoas”, citadas por ele, certamente devem estar incluídos seus chefes do “democrático” Departamento de Estado dos Estados Unidos. BolsoLeite esteve na América do Norte recentemente, em 7 de março, onde cumpriu uma agenda de oito dias no centro do imperialismo mundial. Nessa agenda esteve também programada a ida ao citado Departamento de Estado.

Outro acontecimento que chama muito a atenção é o fato de Leite, pouco tempo depois da sua ida aos EUA, renunciar ao cargo de governador. Segundo versão apresentada por ele, e por toda a imprensa de direita, ele teria ido para discutir possíveis investimentos para o estado do Rio Grande do Sul. Além do Departamento de Estado dos EUA, BolsoLeite também esteve na Organização dos Estados Americanos (OEA) e no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Uma agenda digna de um chefe de Estado.

Isso tudo se soma a uma série de eventos que nos leva a pensar que estamos realmente vendo se consolidar o candidato que o imperialismo e a direita nacional pretendem encampar como o substituto de Bolsonaro.

O “Bolsogay”, que começou a ser chamado assim após se assumir publicamente homossexual no programa Conversa com Bial, começou a ser construído como o candidato da terceira via neoliberal naquele momento.

A estratégia nos parece seguir um roteiro sistemático dentro do mais estrito viés identitário que a direita neoliberal tanto aprecia nesses tempos sombrios. Afinal, o ex-governador tucano é jovem, possui apenas 37 anos, é declaradamente gay, “discreto”, de “boa aparência”, “bem articulado”, “civilizado” e “moderno”. Um prato cheio a ser apresentado contra o instável e desqualificado Bolsonaro e o “ultrapassado” e “corrupto” Lula. Pode-se dizer até que se trata de um novo Collor remodelado para essa era modernosa identitária. E uma afirmação de Eduardo Leite na entrevista deixa entrever o que virá: “Estou me apresentando também como uma mudança geracional”

Sendo ele o escolhido como candidato a presidente da burguesia, veremos todo o peso do poder da imprensa golpista cair, com a fúria destruidora de um tsunami, em cima de Bolsonaro e principalmente de Lula. Diante disso, em se confirmando tais suspeitas, o ex-governador autodeclarado gay, irá crescer rapidamente nas pesquisas.

Aí, dois cenários se mostram possíveis: 1) Num eventual segundo turno entre Bolsonaro e Bolsogay, toda a esquerda alegremente unir-se-á, como diria o ultra-golpista Michel Temer, a Leite, gay, identitário e civilizado, contra o “mal maior” fascista. 2) Num eventual segundo turno entre Lula e Bolsogay, todas as labaredas do inferno de Dante serão despejadas sobre o ex-Presidente enquanto Bolsogay será glorificado como nosso salvador identitário e equiparado à uma versão LGBT de Jesus Cristo.

 

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